México barra importação de frango do Brasil após foco de gripe aviária
Ministério da Agricultura estima que país pode deixar de exportar entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões por mês em carne de frango e derivados

O México suspendeu a importação de produtos avícolas do Brasil após o Ministério da Agricultura informar a ocorrência de um foco de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em território brasileiro. A medida foi comunicada pela Secretaria de Agricultura e Desenvolvimento Rural do México e tem caráter preventivo, segundo o governo do país.
A suspensão atinge carne de frango, ovos férteis, aves vivas, vísceras para consumo humano, além de matérias-primas de aves utilizadas na produção de alimentos para animais de estimação. Também estão vetadas aves canoras, ornamentais e de rapina.
A ação foi adotada após o Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Agroalimentar (Senasica), órgão sanitário mexicano, ser notificado pelo Brasil no dia 15 de maio. O governo mexicano explicou que a decisão visa proteger a indústria avícola local e evitar riscos à saúde animal.
“Portanto, o México decidiu suspender a importação de produtos avícolas do Brasil enquanto recebe informações de saúde animal sobre a resposta ao surto”, destacou o governo mexicano em nota oficial.
O foco do vírus foi registrado em uma granja comercial de produção de matrizes no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A unidade foi isolada, e equipes federais e estaduais atuam no monitoramento do local. A emergência zoossanitária já foi decretada pela União, conforme publicado no Diário Oficial.
O protocolo entre os dois países prevê suspensão total das exportações em casos de detecção de gripe aviária em plantéis comerciais. Segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua, a medida já era esperada diante do acordo bilateral em vigor.
“A tendência é que haja suspensão neste primeiro momento”, afirmou o secretário ao Broadcast Agro.
Brasil confirma 1º foco de gripe aviária
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, informou, na sexta-feira (16), o primeiro foco de gripe aviária em uma granja comercial brasileira, localizada no município de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS). Após o anúncio, a China, maior importador de carne de frango brasileira, também anunciou a suspensão das compras por 60 dias, conforme previsto em protocolo sanitário firmado entre os dois países.
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a suspensão segue o acordo bilateral, que determina embargo nacional diante da presença da influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em qualquer unidade produtiva.
“O protocolo com a China restringe a exportação de frango de todo o país em caso de gripe aviária. A partir de hoje, por 60 dias, a China não estará comprando carne de frango brasileira”, explicou Fávaro.
Diferentemente da China, outros países adotaram sanções regionalizadas. O Japão restringiu apenas a compra de frango do Rio Grande do Sul, enquanto Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita mantiveram aquisições de outras regiões brasileiras. Esses protocolos permitem ao Brasil manter parte do comércio ativo com os mercados que reconhecem a regionalização como medida de contenção.
Fávaro reforçou que o sistema sanitário nacional segue confiável e que os países parceiros têm reconhecido a estrutura de vigilância do Brasil.
“O sistema brasileiro é tão robusto e confiável que vários países passaram a trocar o protocolo, sabendo que o Brasil tem estrutura para fazer a contenção”, disse o ministro.
Exportações podem perder até US$ 200 milhões mensais
Com a suspensão das exportações para México, China, União Europeia, Argentina, Uruguai e Chile, o Brasil enfrenta impacto direto sobre o comércio internacional de aves. A estimativa do Ministério da Agricultura aponta que o país pode deixar de exportar entre US$ 100 milhões e US$ 200 milhões por mês em carne de frango e derivados.
Além desses mercados, países como Coreia do Sul, África do Sul e Rússia também devem suspender compras do Brasil, em virtude dos protocolos de exportação estabelecidos previamente com o governo brasileiro.
Apesar da retração no comércio, o ministro Carlos Fávaro destacou que os embarques já realizados e em trânsito não sofrerão bloqueio, o que pode minimizar os efeitos econômicos imediatos da medida chinesa.
Consumo interno continua seguro, segundo Ministério da Agricultura
O Ministério da Agricultura reforçou que a gripe aviária não é transmitida pelo consumo de carne de frango ou ovos. O risco de infecção humana ocorre, principalmente, em ambientes com contato direto com aves vivas infectadas ou carcaças contaminadas.
“Não há perigo no consumo da carne de frango. O Brasil segue sendo um dos países mais seguros em termos de sanidade animal”, assegurou o ministro Fávaro.
As ações de contenção, desinfecção e monitoramento estão em curso na granja de Montenegro, com o objetivo de evitar a propagação do vírus para outras áreas de produção. A ocorrência foi notificada à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em cumprimento aos protocolos internacionais de rastreabilidade.
A situação está sendo acompanhada por autoridades brasileiras, que mantêm diálogo com parceiros comerciais para garantir a retomada das exportações assim que os critérios sanitários forem restabelecidos.
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