Mesmo com desemprego em queda, Bahia ainda enfrenta desafios com informalidade recorde
Taxa de desocupação de 10,9% é o menor índice já registrado para um primeiro trimestre desde o início da série histórica, em 2012

A taxa de desocupação na Bahia foi de 10,9% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Embora o número represente um aumento em relação ao quarto trimestre de 2024, quando foi de 9,9%, é o menor índice já registrado para um primeiro trimestre desde o início da série histórica, em 2012.
Mesmo com essa marca positiva, a Bahia manteve a segunda maior taxa de desocupação entre os 27 estados brasileiros, atrás apenas de Pernambuco (11,6%). A taxa nacional ficou em 7,0%, com Santa Catarina apresentando o menor índice do país (3,0%).
Salvador e RMS registram os menores índices de desocupação da série
A capital baiana e a Região Metropolitana de Salvador(RMS) apresentaram reduções significativas nas taxas de desocupação. Enquanto Salvador registrou 9,2%, contra 9,7% no trimestre anterior, a RMS ficou com 9,8%, ante os 10,3% do último trimestre de 2024. Ambas as taxas são as mais baixas desde o início da série histórica do IBGE.
Com esses resultados, Salvador caiu para a quinta posição no ranking de capitais com maior taxa de desocupação, sendo superada por João Pessoa (10,2%), Manaus (10,0%), Recife (9,9%) e Belém (9,4%). A RMS caiu de segunda para quarta colocação entre as regiões metropolitanas, atrás das RMs de Recife (11,6%), Rio de Janeiro (10,4%) e João Pessoa (10,3%).
Número de trabalhadores recua, mas total segue alto
Apesar da melhora nos indicadores percentuais, o número absoluto de pessoas trabalhando na Bahia caiu de 6,522 milhões para 6,364 milhões entre o quarto trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025 uma redução de 158 mil trabalhadores, ou 2,4%. Essa queda foi puxada, principalmente, pelos empregados do setor público (-63 mil) e trabalhadores do setor privado sem carteira assinada (-39 mil).
Mesmo assim, o total de ocupados é o maior já registrado para um primeiro trimestre no estado. Na comparação com o mesmo período de 2024, houve crescimento de 5,6% no número de pessoas trabalhando o que representa 326 mil novos ocupados em um ano.
Setores com maiores perdas e ganhos de empregos
Na comparação trimestral, 7 dos 10 setores econômicos avaliados perderam trabalhadores. As maiores quedas ocorreram nos segmentos de alojamento e alimentação (-61 mil pessoas) e agropecuária (-55 mil). Por outro lado, o comércio foi o setor que mais contratou no período, com 68 mil novos trabalhadores, seguido por serviços profissionais, financeiros e administrativos, que aumentaram em 92 mil postos de trabalho na comparação anual.
Desocupação cresce, mas permanece em patamar histórico baixo
O número de desocupados na Bahia cresceu 8,3% em relação ao trimestre anterior, passando de 720 mil para 780 mil pessoas. Ainda assim, esse é o menor número de desocupados para um primeiro trimestre em toda a série histórica do IBGE. Em comparação com o primeiro trimestre de 2024, houve uma redução de 206 mil pessoas desocupadas (-20,9%).
A explicação para esse movimento está parcialmente ligada à sazonalidade do mercado de trabalho. É comum que, após o fim do ano, haja desligamentos de temporários e retomada da busca por emprego por parte de quem havia parado de procurar trabalho no final do ano anterior.
Informalidade sobe apesar da queda no número de trabalhadores informais
A informalidade seguiu elevada. No primeiro trimestre de 2025, 3,305 milhões de pessoas estavam em ocupações informais na Bahia, número 1,1% menor que no trimestre anterior. No entanto, como o total de trabalhadores caiu ainda mais, a taxa de informalidade subiu de 51,3% para 51,9%.
Trabalhadores por conta própria sem CNPJ tiveram aumento de 3,7%, chegando a 86,7% dos autônomos. Esse grupo foi o único que cresceu no estado no período, com destaque para os 25 mil novos trabalhadores por conta própria.
Desalento ainda alto, mas em queda anual
O número de desalentados na Bahia aumentou levemente em relação ao trimestre anterior (+1,3%), totalizando 527 mil pessoas. Apesar do crescimento trimestral, o índice caiu 13,2% em comparação com o primeiro trimestre de 2024. Ainda assim, o estado segue com o maior número absoluto de desalentados do Brasil.
Rendimento médio real sobe no estado e nas regiões
O rendimento médio real dos trabalhadores baianos foi de R$ 2.231 no primeiro trimestre de 2025, crescimento de 2,7% frente ao trimestre anterior. O valor é o segundo mais baixo do país, à frente apenas do Maranhão (R$ 2.088), mas teve pequena alta em relação ao mesmo período de 2024.
Em Salvador, o rendimento médio foi de R$ 3.027 (+3,6% frente ao 4º trimestre de 2024), enquanto na RMS foi de R$ 2.909 (+2,0%). Ambas as regiões registraram queda anual nos rendimentos, refletindo ainda o desafio de valorização salarial frente à inflação.
Bahia permanece entre os estados com maior desemprego do país, apesar de avanço na geração de empregos
A Bahia encerrou o primeiro trimestre de 2025 com a segunda maior taxa de desemprego do Brasil, alcançando 10,9% da população economicamente ativa sem ocupação, conforme dados da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE. Embora o índice ainda coloque o estado em posição crítica no ranking nacional — atrás apenas de Pernambuco (11,6%) —, a queda significativa em relação ao mesmo período de 2024, quando era de 14%, revela avanços no ritmo de geração de empregos.
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