O governador Jerônimo Rodrigues (PT) lamentou, nesta terça-feira (28), durante a inauguração do primeiro coletivo do programa Bahia pela Paz, que o Ba-Vi 500, marcado para este sábado (1º), na Arena Fonte Nova, ocorrerá apenas com a presença de torcedores tricolores. Na ocasião, o petista afirmou que a decisão cabe ao Ministério Público (MP-BA), e afirmou que, em caso de clássicos com torcida mista, o Estado vai garantir a segurança.

“Nós temos policiais suficiente, mas já que o Ministério Público foi quem segurou lá no início, é quem tem que se manifestar. Tendo torcida mista, o estado vai garantir a segurança pública”, afirmou Jerônimo.

Posição do governador e papel do Ministério Público

Na ocasião, o petista também defendeu que o tema precisa ser analisado com mais cuidado. Ele destacou que a responsabilidade sobre a decisão cabe ao Ministério Público, que foi o órgão responsável por restringir a presença de torcidas mistas em confrontos como o Ba-Vi, devido à violência constante.

“A gente vai ver uma grande festa. Porque a gente vê a festa da torcida quando é jogo do Bahia ou do Vitória. Então, imagine a gente juntar, fazer a boa resenha. As duas torcidas já se prontificaram a fazer um grande movimento pela paz nos estádios. Mas aí já fiz o que eu pude fazer. O que tenho que fazer agora é no jogo de sábado, que ainda é torcida única, vamos garantir policial suficiente para mantermos a tranquilidade“, disse.

O pedido do Ministério Público para que somente uma torcida esteja presente nos estádios durante o clássico Ba-Vi foi uma tentativa de garantir a ordem, especialmente após episódios de violência que marcaram confrontos anteriores. No entanto, Jerônimo reforçou que a segurança pública do Estado está comprometida em garantir a paz durante os jogos, independentemente da decisão sobre a composição das torcidas.

Violência no último jogo do Vitória 

Durante a coletiva, Jerônimo também lamentou os episódios de violência envolvendo a torcida do Vitória no último final de semana, destacando que a confusão não foi uma briga entre as torcidas rivais, mas sim um confronto que aconteceu em um contexto de ações de pessoas mal intencionadas. Segundo o governador, a situação não se deu dentro do estádio ou em seus arredores imediatos após o jogo, mas em outros pontos, o que levou à intervenção da PM.

“Eu fico sentido. O que aconteceu no final de semana não foi nem briga de disputa de torcidas. Foi em um ambiente onde, conforme a informação que recebi da polícia, tinham pessoas mal-intencionadas, e no outro, foi aquela situação na chegada à Fonte Nova, que eu também pedi para verificarem o que aconteceu, para tomar decisões, caso seja necessário punir. Recebi uma ligação do presidente Fábio Mota e coloquei a Secretaria de Segurança Pública para explicar o que houve”, disse o governador ao Portal M!.

PM-BA justifica uso da força após confusão com torcedores do Vitória e investiga vandalismo e corrupção de menores

A Polícia Militar da Bahia (PM-BA) emitiu nota no último domingo (26) para responder às denúncias de agressão contra torcedores do Vitória antes do jogo contra o Colo-Colo, no sábado (25), na Arena Fonte Nova. Segundo a corporação, a ação policial foi necessária devido à obstrução de vias, desobediência às orientações e bloqueio à passagem de ambulâncias, o que comprometeu a ordem na região. A PM afirmou que o uso da força foi proporcional e reafirmou seu compromisso com a transparência, legalidade e respeito aos direitos dos cidadãos.

Além disso, tumultos foram registrados em outros pontos de Salvador. Em Periperi, no Subúrbio Ferroviário, 105 torcedores foram detidos, incluindo 15 menores de idade, por vandalismo e posse de materiais como soqueiras, canivetes e drogas. Os envolvidos assinaram Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), enquanto a Polícia Civil instaurou inquérito para investigar crimes de dano ao patrimônio e corrupção de menores.

Outro episódio de violência ocorreu no bairro Engenho Velho de Brotas, onde integrantes da torcida organizada “Os Imbatíveis” atacaram torcedores do Bahia em um bar, arremessando cadeiras, mesas e cones. A polícia segue apurando os casos para responsabilizar os envolvidos.