O governador Jerônimo Rodrigues (PT) inaugurou, nesta terça-feira (3), em Feira de Santana, os dois primeiros Coletivos Bahia Pela Paz localizados no interior do estado. A ação marca o início da implementação do programa Bahia Pela Paz, voltado à prevenção da violência e promoção da cidadania entre jovens em comunidades vulneráveis.

Os novos espaços foram implantados nos bairros Mangabeira e Conceição e têm capacidade para atender entre 400 e 700 pessoas por mês. Neles, serão oferecidos serviços de acolhimento, acompanhamentos terapêutico e psicológico, além de ações integradas nas áreas de educação, trabalho, cultura e cidadania.

Ação intersetorial com foco comunitário

Durante a cerimônia de inauguração, o governador destacou a proposta dos coletivos como parte de uma estratégia de segurança pública ampliada. Segundo ele, trata-se de uma ação de segurança pública bem distribuída em todo o estado, de investimento, de infraestrutura, de pessoal.

“Os coletivos são equipamentos que a própria comunidade se envolve, são profissionais da área de atuação social, com foco em construir um ambiente cada vez mais fortalecido de paz. Por aqui a gente consegue juntar as secretarias”, afirmou Jerônimo.

De acordo com o secretário da Justiça e Direitos Humanos, Felipe Freitas, o objetivo é fortalecer a articulação comunitária e ampliar o acesso da população aos direitos. Segundo ele, os coletivos são uma iniciativa que tem como objetivo ter uma ação de prevenção mais forte junto às comunidades.

“Na Mangabeira e no bairro da Conceição nós vamos oferecer serviços públicos, políticas públicas para o conjunto da população desses bairros. Também é um espaço de articulação da comunidade para fortalecer a luta por direitos dessas pessoas e para fortalecer a organização comunitária”, declarou.

Freitas informou que, até 2026, o Governo do Estado pretende inaugurar 24 unidades em 16 municípios baianos. O investimento total é de R$ 70 milhões, voltado à contratação de profissionais especializados e ao desenvolvimento de atividades para a juventude.

Educação e juventude como eixos centrais

A secretária da Educação da Bahia, Rowenna Britto, ressaltou a importância do projeto para o enfrentamento da evasão escolar e inclusão de jovens em situação de vulnerabilidade.

“Com os coletivos nós vamos chegar mais perto ainda de quem não está indo à escola, quem deveria estar na escola e como é importante a gente ter o Governo do Estado, com a sua mão estendida para a população que mais precisa”, pontuou.

Os Coletivos Bahia Pela Paz integram a estratégia de intervenção comunitária do programa homônimo, com foco na promoção dos direitos humanos e redução de Mortes Violentas Intencionais (MVI) em todo o estado. As ações são coordenadas para oferecer alternativas reais à população jovem exposta à violência.

Já o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, ressaltou que o programa possui o viés de proporcionar “aproximação” com a comunidade e com os jovens.

“Proporcionando educação, cultura, esporte, lazer, desenvolvimento econômico, entretenimento, capacitação para o mercado de trabalho, para que a gente possa promover a paz, para que a gente possa evitar que o jovem seja arregimentado pelas facções ou pelo crime, dando oportunidade”,

Atuação integrada entre secretarias

Sob coordenação da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH), o programa Bahia Pela Paz envolve a articulação entre diferentes órgãos do Governo da Bahia. A iniciativa busca consolidar uma rede de apoio que garanta cidadania e reduza a vulnerabilidade social de adolescentes e jovens.

O público-alvo prioritário é formado por jovens entre 12 e 29 anos e suas famílias, principalmente pessoas negras fora de outros programas sociais, exceto aquelas vinculadas ao sistema de justiça, como em medidas socioeducativas ou penas.

Para o coordenador de Políticas para a Juventude, Nivaldo Millet, os coletivos representam um novo paradigma na política de segurança pública estadual.

“É muito importante esse espaço, porque é um novo momento para a juventude da Bahia, porque a segurança pública perpassa por prevenção, e prevenção garante a vida da juventude, garante sonho, garante emancipação”, afirmou.

A implantação dos coletivos em Feira de Santana contou com investimento de R$ 5,9 milhões. Os municípios de Jequié, Santo Antônio de Jesus e Valença também foram contemplados no segundo lote do programa, que prevê a ampliação para outras regiões da Bahia nos próximos anos.

Além de promover cidadania, os espaços têm o papel de ampliar o acesso a políticas públicas em áreas com alta vulnerabilidade social. A proposta é garantir a presença do Estado em territórios historicamente marcados pela exclusão.