Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem é interditada após vistoria do Iphan

A Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem foi interditada temporariamente, na manhã desta quarta-feira(12), após recomendação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A medida ocorre após duas vistorias realizadas nesta semana pelo órgão federal, que apontaram a necessidade de precaução diante das condições estruturais do teto do templo.

A inspeção foi intensificada depois do desabamento parcial da Igreja de São Francisco, conhecido como a “igreja de ouro”, ocorrido no último dia 5. O incidente resultou na morte da turista paulista Giulia Panchoni Righetto, de 26 anos, e deixou cinco pessoas feridas. Uma missa de sétimo dia foi realizada na última terça-feira (11), em homenagem à vítima fatal do acidente. A cerimônia foi realizada em um templo próximo, no Centro Histórico de Salvador, reunindo fiéis e os freis responsáveis pelo templo.

Motivo da interdição

De acordo com a paróquia da Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, a recomendação do Iphan foi motivada pelo estado precário do teto. O órgão ainda não se manifestou oficialmente sobre as vistorias, mas a decisão de fechamento foi tomada preventivamente para evitar riscos aos fiéis e visitantes.

Enquanto o templo estiver fechado, as celebrações religiosas e demais atividades da paróquia serão transferidas para o salão Hugo Rossini, um espaço anexo.

A Igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem é um dos patrimônios culturais mais importantes da capital baiana. O local abriga a imagem do Bom Jesus dos Navegantes e a tradicional Galeota Gratidão do Povo, embarcação utilizada na procissão marítima de 1º de janeiro, durante a festa de Bom Jesus dos Navegantes.

PF assume investigação na Igreja de São Francisco

A Polícia Federal (PF) assumiu integralmente, na segunda-feira (10), a investigação sobre o desabamento do teto da Igreja de São Francisco de Assis, conhecida como “Igreja de Ouro”, no Centro Histórico de Salvador. A decisão de transferir a apuração para a PF se deve ao fato de que a igreja é um patrimônio tombado pelo Iphan, o que confere ao órgão federal a competência para conduzir o caso.

Com a PF à frente das investigações, os trabalhos devem se concentrar na análise da estrutura da igreja e na identificação de possíveis falhas na manutenção do imóvel. A principal linha de apuração é verificar se houve negligência por parte dos responsáveis pela preservação do templo. Especialistas já foram acionados para avaliar as condições dos materiais utilizados na construção, além de detectar eventuais sinais de desgaste que possam ter sido ignorados em vistorias anteriores.

Paralelamente, MPF também investiga caso

Além da Polícia Federal, o Ministério Público Federal (MPF) abriu um inquérito próprio para aprofundar a apuração sobre o desabamento da igreja. Em entrevista para o Portal M!, o procurador-geral de Justiça da Bahia, Pedro Maia, explicou que, por se tratar de um patrimônio histórico protegido pelo Iphan, a responsabilidade inicial sobre o caso recai sobre o MPF. No entanto, o Ministério Público da Bahia (MP-BA), por meio do Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultural (Nudephac), também está acompanhando de perto a investigação para garantir que todas as providências sejam tomadas.

Segundo Pedro Maia, o trabalho conjunto entre os dois órgãos visa acelerar a obtenção de respostas e garantir que as medidas cabíveis sejam adotadas. A prioridade da investigação é apurar se houve omissão na manutenção da estrutura e, caso se comprove negligência, responsabilizar os envolvidos. A expectativa é que a perícia técnica no local traga esclarecimentos fundamentais para a condução do caso.