A região metropolitana de São Paulo entrou no seu quarto dia de apagão, nesta terça-feira (15), com cerca de 537 mil moradores ainda sem energia elétrica. A interrupção foi causada por um temporal que atingiu a região na noite de sexta-feira (11), com ventos que chegaram a 107,6 km/h.

Segundo a Enel Distribuição São Paulo, responsável pelo fornecimento, a capital é a mais afetada, com 354 mil clientes sem luz. A concessionária, no entanto, não apresentou previsão de quando o serviço será totalmente restabelecido.

Desde o início do apagão, a Enel afirma que está reforçando as equipes em campo com profissionais vindos de outros estados, como Rio de Janeiro e Ceará, embora não tenha especificado quantos ou de quais outras distribuidoras. Até a manhã desta segunda-feira (14), cerca de 1,5 milhão de consumidores já haviam tido o fornecimento de energia restabelecido, mas o número inicial de afetados pelo temporal chegou a mais de 2,1 milhões.

Além de São Paulo, outros municípios da Grande São Paulo também seguem com parte da população sem energia. Cotia tem 36,9 mil moradores afetados, Taboão da Serra conta com 32,7 mil e São Bernardo do Campo com 28,1 mil. O cenário tem gerado grande insatisfação, principalmente entre comerciantes que enfrentam prejuízos consideráveis devido à falta de luz prolongada.

A insatisfação da população se reflete em mobilizações de moradores e entidades que cogitam processar a Enel. Além disso, o diretor-presidente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Sandoval de Araujo Feitosa Neto, criticou a atuação da empresa, considerando a resposta da concessionária insuficiente.

Feitosa comparou a lentidão no atendimento atual com o blecaute de novembro de 2022, quando mais de 2 milhões de pessoas também ficaram sem luz, mas, segundo a Aneel, a resposta foi mais rápida na ocasião.