O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou, nesta terça-feira (14), que o Brasil não precisará do horário de verão em 2025. Em entrevista a emissoras de rádio durante o programa Bom Dia, Ministro, Silveira disse que o país possui segurança energética completa, garantida pelo planejamento do setor e pelos níveis de chuva dos últimos anos. As informações são da Agência Brasil.

“Chegamos à conclusão que, graças ao planejamento e ao índice pluvial dos últimos anos, estamos em condição de segurança energética completa e absoluta para este ano”, disse o ministro.

Segundo Silveira, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico se reúne mensalmente para avaliar a segurança energética e a modicidade tarifária. Ele afirmou que o planejamento e os índices pluviométricos permitem descartar o retorno do horário de verão.

A declaração foi dada após o apagão que atingiu oito estados, incluindo Bahia, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, deixando 16% dos consumidores baianos sem energia durante a madrugada.

Brasil depende de hidrelétricas

Na ocasião, o ministro lembrou que o Brasil depende das hidrelétricas e que o governo lançará um leilão de térmicas e de baterias para armazenar energia solar e eólica. “Elas nos dão segurança energética e dependem das nossas térmicas. Por isso, estamos implementando e vamos, na próxima semana, lançar o leilão das térmicas”, apontou.

Energia renovável e leilões de baterias

Durante o programa, Alexandre Silveira destacou que o Brasil possui grande capacidade de geração de energias renováveis, embora intermitentes. Para lidar com a variabilidade, o governo investe no armazenamento de energia por baterias, permitindo, por exemplo, que a energia solar seja utilizada até às 22h.

“São energias ainda intermitentes. Por isso, estamos com expectativa de lançar ainda este ano nosso leilão de bateria. O vento será armazenado através das baterias”, explicou. Ele ressaltou que esse modelo estabiliza o sistema e garante o fornecimento para o país, mesmo em situações de oscilações pontuais.

O ministro citou apagões recentes na Península Ibérica, em Portugal e Espanha, para exemplificar que a intermitência das energias renováveis é um desafio global.

Apagão de madrugada não indica falta de energia

O apagão, registrado na madrugada desta terça-feira, começou às 0h32 após incêndio em um reator na Subestação de Bateias, no Paraná, que desligou a linha de 500 kV e interrompeu a interligação entre Sul e Sudeste. Cerca de 10 mil megawatts de carga foram afetados, impactando 16% dos consumidores da Bahia. Em outros estados, o fornecimento foi interrompido por até 20 minutos.

“É importante que a população entenda que não é falta de energia, é um problema na infraestrutura que transmite a energia”, destacou Silveira, lembrando que a falha foi pontual e solucionada rapidamente pelo ONS, que restabeleceu quase todo o fornecimento em até uma hora e meia.

A concessionária Neoenergia Coelba informou que o serviço foi totalmente normalizado em duas horas e quarenta minutos. O ministro reforçou que o sistema brasileiro é robusto e que o investimento em novas linhas de transmissão, de cerca de R$ 70 bilhões, aumentou a segurança do fornecimento.