A advogada e apresentadora Gabriela Prioli, destacou, nesta quinta-feira (27), a importância da equidade de gênero e a necessidade de avanços sociais para garantir mais espaços para as mulheres. Palestrante convidada do “Empodere-se 3.0”, evento promovido pelo Sebrae, que reuniu empresárias e empreendedoras da capital baiana para debater temas relacionados ao protagonismo feminino no mundo dos negócios, Prioli lamentou o cenário ainda encarado pelas mulheres na sociedade.

Representatividade feminina ainda é um desafio

Para Gabriela Prioli, a luta pela equidade de gênero e pela representatividade feminina ainda está longe de ser superada. Segundo ela, embora tenha havido avanços sociais e legislativos, as mulheres continuam sub-representadas nos espaços de poder.

“Nós caminhamos muito socialmente, legislativamente, a gente tem evolução, tem que comemorar, mas as mulheres ainda são sub-representadas nos espaços de poder, nos espaços de poder político, nos espaços de poder econômico, nos espaços de liderança”, disse.  

Ela ressaltou que a cultura patriarcal segue impondo barreiras para as mulheres que desejam ocupar espaços tradicionalmente dominados por homens. “As mulheres ainda são levadas menos a sério, porque o lugar da intelectualidade, o lugar do saber é um lugar ocupado por homens”, declarou.  

Desvalorização feminina é histórica e cultural

Ao ser questionada sobre os desafios enfrentados pelas mulheres no Brasil, Gabriela destacou que a violência de gênero é uma expressão direta da desigualdade estrutural. Segundo ela, há uma narrativa nas redes sociais que reforça a ideia de que a mulher deve se dedicar exclusivamente à família, desempenhando um papel acessório na sociedade e sem autonomia sobre suas próprias finanças.

Para ela, discutir o papel da mulher na família passa, primeiramente, por abordar aquelas que são mães, chefiam seus lares sozinhas e enfrentam desafios para se desenvolver, administrar suas finanças e garantir igualdade de acesso a financiamentos, especialmente quando empreendem.

“Vamos falar de mulheres que estão em relacionamentos com homens e precisam cuidar do próprio dinheiro e não sair completamente da vida profissional, sob pena de se manter em relacionamentos violentos e abusivos, é preciso falar sobre isso”, destacou. 

Números da violência contra a mulher

Dados recentes do Relatório Anual Socioeconômico da Mulher (Raseam), divulgados pelo Ministério da Mulher, revelam a gravidade da violência de gênero no Brasil. Em 2024, foram registrados 1.450 feminicídios e 2.485 homicídios dolosos de mulheres. No ano anterior, os números também foram altos, com 1.438 feminicídios e 2.707 homicídios dolosos.

Na Bahia, a situação também preocupa. De acordo com a Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180), houve um aumento de 42% nas denúncias de violência em relação a 2023. No entanto, o número de feminicídios apresentou uma queda de 7,8%, passando de 115 casos em 2023 para 106 em 2024.

Conexão especial com Bahia

Na ocasião, a advogada paulista também revelou que a Bahia possui um lugar muito importante na sua vida, além de ter muito a ensiná-la, “porque é um jeito de viver, de cantar, de aproveitar a vida, de escrever, que coisa maravilhosa, que eu sou uma apaixonada”, contou.  

Além disso, Gabriela revelou que, de forma indireta, o Carnaval de Salvador foi responsável por apresentá-la ao marido, o músico Thiago Mansur, com quem tem uma filha chamada Ava.

“Eu vim para o Carnaval de Salvador, o primeiro ano que eu passei solteira ao Carnaval. E aí eu conheci o meu grupo de amigos que por sua vez me apresentou o meu marido. Então dá pra dizer que por vias indiretas eu encontrei o meu marido no Carnaval de Salvador”, revelou. 

Confira a entrevista na íntegra:

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