Funcionários chineses de terceirizada da BYD negam trabalho escravo
Operários chineses pedem ajuda ao governo brasileiro e explicam retenção de passaportes

Trabalhadores da empresa terceirizada Jinjang Construction Brazil Ltda., que prestava serviços para a montadora de automóveis BYD, negaram ter sido vítimas de trabalho escravo. Em vídeo postado na rede social chinesa Weibo, um operário, representando todos os trabalhadores resgatados, lê uma petição onde nega todas as acusações e solicita apoio do governo brasileiro para que possam permanecer no país.
Na gravação, os trabalhadores descrevem o caso como um “mal-entendido” e tentam explicar a retenção dos passaportes. “A causa do problema é que 107 de nossos colegas precisaram da ajuda da Jinjang para solicitar carteiras de identidade temporárias brasileiras. A empresa coletou e guardou temporariamente nossos passaportes para posterior processamento dos procedimentos relevantes”, disse o operário na declaração.
Relembre o caso
Em novembro deste ano, o Ministério Público do Trabalho (MPT) anunciou que está investigando uma denúncia anônima que aponta más condições de trabalho na fábrica da BYD, em construção na cidade de Camaçari, Região Metropolitana de Salvador (RMS). O inquérito foi aberto no dia 30 de setembro e, em 11 de novembro, o MPT realizou uma inspeção.
Em desdobramentos da investigação, o MPT realizou uma força-tarefa juntamente com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a Defensoria Pública da União (DPU), a Polícia Rodoviária Federal (PRF), além do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), o que resultou no resgate de 163 trabalhadores que atuavam em uma obra.
De acordo com o MPT, os operários enfrentavam condições degradantes, como dormir em camas sem colchões e compartilhar apenas um banheiro para cada 31 pessoas. Os alojamentos e partes do canteiro de obras foram interditados. Segundo a investigação, os operários também eram submetidos a condições de trabalho forçado, que incluíam a retenção de 60% de seus salários, pagos parcialmente em moeda chinesa, e a exigência de caução para manter seus empregos.
Também foi apontado que os trabalhadores eram obrigados a cumprir jornadas de trabalho que chegavam a 10 horas diárias, com folgas irregulares e contratos não formalizados.
Resposta das empresas
Em nota divulgada pelas redes sociais, a empresa terceirizada chinesa Jinjang negou todas as acusações de promover trabalho escravo, afirmando que as acusações não condizem com a realidade dos fatos.
“Serem injustamente rotulados como ‘escravizados’ fez com que nossos funcionários se sentissem com sua dignidade insultada e seus direitos humanos violados, ferindo seriamente a dignidade do povo chinês. Assinamos uma carta conjunta para expressar nossos verdadeiros sentimentos”, declarou a empresa.
Já a BYD, por meio da porta-voz Li Yunfei, também negou todas as acusações sobre as más condições de trabalho. Na declaração, foi dito que todas as acusações têm o objetivo de difamar a empresa chinesa, além das marcas do país asiático, e minar a amizade com o Brasil.
“A BYD primeiro respeita as leis brasileiras. Ela trabalha dentro de toda a legislação municipal, estadual e federal. […] Abrimos as portas, que puderam ser visitadas, mostrando as instalações, os investimentos que estão sendo promovidos e os empregos que são gerados, de forma transparente. Não há aqui qualquer desrespeito à dignidade humana; não se tolerará qualquer desrespeito à relação entre pessoas”, afirmou Alexandre Baldy, representante da BYD no Brasil.
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