Força-tarefa entre Iphan e Codesal interdita oito igrejas em Salvador

Uma força-tarefa realizada pelo Instituto do Patrimônio Artístico Nacional (Iphan) em parceria com a Defesa Civil de Salvador (Codesal) interditou oito igrejas em Salvador por risco estrutural. Ao todo, foram vistoriados 106 imóveis, incluindo casarões, museus, conventos e igrejas. Entre as patologias identificadas estão comprometimento das estruturas de madeira das coberturas e pisos, infiltrações, fissuras em alvenarias e oxidação de ferragens.

Entre os templos fechados estão a Igreja de São Miguel, Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, Igreja Nossa Senhora da Ajuda, Igreja e Convento dos Perdões, Igreja de São Bento da Bahia, Igreja dos Quinze Mistérios, Igreja da Ordem Terceira do Carmo e Convento Santa Clara do Desterro. A Igreja de São Francisco de Assis foi interditada na última quarta-feira (5), após o desabamento de parte do teto.

O Centro Histórico de Salvador abriga 2.017 imóveis tombados pelo Iphan, sendo 1.687 casarões e quatro igrejas que já foram interditadas por risco muito alto.

A ação teve como foco 287 imóveis identificados pelo Projeto Casarões da Codesal como de risco alto e muito alto. O objetivo das inspeções é mapear danos estruturais que possam levar a desabamentos e incêndios, além de apontar soluções para mitigar os problemas.

Monitoramento e obras emergenciais

Na terça-feira (11), uma força-tarefa de 15 servidores do Iphan iniciou apoio técnico à superintendência do órgão na Bahia para a contratação de obras emergenciais na Igreja de São Francisco. O templo perdeu parte do forro do teto da nave central na última quarta-feira (5) e segue interditado.

Os trabalhos envolvem escoramento e estabilização do monumento, diagnóstico, triagem, catalogação, higienização e armazenagem das estruturas e bens artísticos, que serão restaurados posteriormente.

“A equipe vai dar todo o suporte técnico e logístico necessário para as contratações de obras emergenciais que o Iphan deve fazer nas próximas semanas”, disse o coordenador-geral de Conservação do Iphan, Paulo Farsette.

O superintendente do Iphan na Bahia, Hermano Guanais, destacou que a equipe também vai auxiliar na fiscalização de outros bens tombados no Centro Histórico de Salvador.

O diretor-geral da Codesal, Sosthenes Macêdo afirmou que vistorias acontecem com frequência. “Essas vistorias são feitas continuamente e visam mitigar o risco de desabamento e incêndio nos diversos imóveis localizados no Centro Histórico e seu entorno, sendo que notificamos os proprietários e órgãos responsáveis pela manutenção do patrimônio cultural”, afirmou.

O Projeto Casarões, que atua de forma preventiva, já vistoriou e georreferenciou 2.969 imóveis. Desses, 109 estão em risco muito alto, 342 em risco alto, 1.656 em risco médio, 677 em risco baixo e 185 sem risco identificado.

As vistorias ocorrem por demanda dos moradores ou proprietários, por iniciativa da Codesal ou a partir de solicitações de órgãos parceiros. O monitoramento inclui análises técnicas feitas por profissionais habilitados, independentemente de o imóvel ser público ou privado.

A Defesa Civil notifica proprietários e moradores sobre as condições dos imóveis e, quando necessário, recomenda a evacuação. Além disso, orienta sobre a necessidade de recuperação das edificações para evitar novos riscos.