Encontros Negros debate tecnologia e música como ferramentas de resistência em Salvador

O primeiro dia do Encontros Negros, realizado nesta última terça-feira (26), na Casa do Benin, em Salvador, trouxe debates marcantes sobre o protagonismo e a representatividade da população negra. Com o objetivo de destacar ferramentas de luta e resistência, as mesas abordaram temas como o papel da tecnologia e da música na transformação social. A ação faz parte das comemorações do Dia da Consciência Negra, comemorado no último dia 20 e neste ano foi, pela primeira vez, feriado nacional.

A mesa de abertura, intitulada “Vozes Negras na Era Digital: a tecnologia como ferramenta de empoderamento e representatividade”, reuniu Tiago Banha e Edilene Alves. O debate explorou como as novas tecnologias estão ajudando a combater desigualdades e promover narrativas positivas, ampliando o acesso à informação e fortalecendo a voz da comunidade negra.

No período da tarde, a mesa “Composição Negra: Identidade, Resistência e Inovação na Música Brasileira” trouxe as perspectivas dos cantores Pierre Onassis e A Dama. Pierre destacou a música como uma extensão da luta por respeito e pela preservação das heranças ancestrais. “Lutamos por respeito, por um lugar ao sol, pelos nossos filhos e nosso povo. Essa força está em nossos ancestrais. Para mim, a música é um ato de militância, de expressão e resistência”.

A Dama reforçou os desafios enfrentados pela população negra, como racismo e machismo, e a sobrevivência como símbolo de resistência. “A sobrevivência é uma luta constante. Cada dia é uma batalha para superar as dificuldades. Estar aqui, ocupando este espaço, é uma vitória coletiva”.

O evento continua nesta quinta-feira (28), com novas mesas: “Comunicação e representatividade: a voz da comunidade negra na mídia”, com Nina Santos e Igor DSN; e “Literatura Negra: vozes, narrativas e resistência”, com Elisa Lucinda e Quito Ribeiro.