A rotina de pequenos e médios criadores de caprinos e ovinos em diversas regiões da Bahia tem sido marcada por episódios de violência contra os rebanhos. Cães soltos, sem supervisão ou abandonados, têm invadido propriedades rurais, atacado animais e causado prejuízos expressivos à produção pecuária. Diante da gravidade da situação, a Federação dos Consórcios Públicos da Bahia (FecBahia) formalizou um pedido de apoio ao Governo do Estado, solicitando medidas urgentes para enfrentar o problema.

A entidade, presidida por Sivaldo Rios, afirma que os ataques caninos vêm provocando uma cadeia de impactos negativos: desde a morte de animais até o comprometimento da produtividade, passando por estresse nos rebanhos e insegurança entre os criadores. Segundo a FecBahia, o cenário ameaça a sustentabilidade da caprinovinocultura, especialmente em regiões semiáridas, onde essa atividade representa uma das principais fontes de renda e alimentação das famílias rurais.

Solicitação inclui plano de ação com medidas preventivas e estruturais

O ofício encaminhado ao governo estadual não apenas denuncia a situação, mas apresenta um conjunto de propostas que, segundo a federação, podem conter a escalada do problema e proteger os produtores. As medidas recomendadas incluem:

• Controle populacional de cães errantes, por meio de programas de castração, identificação e campanhas de adoção responsável, com parcerias entre consórcios públicos, prefeituras e entidades da sociedade civil;
• Campanhas educativas sobre guarda responsável, conscientizando sobre os riscos do abandono de animais e a importância dos cuidados com cães em áreas rurais;
• Reforço na fiscalização da posse e circulação de cães em zonas de criação, com aplicação de sanções aos responsáveis por animais envolvidos em ataques;
• Apoio técnico e financeiro aos criadores, para implantação de cercas mais seguras e uso de cães pastores treinados na proteção dos rebanhos;
• Criação de um canal oficial de comunicação e suporte aos criadores, permitindo o registro de ocorrências e a disseminação de orientações práticas.

Essas medidas, segundo a FecBahia, precisam ser coordenadas em conjunto com os municípios e consórcios regionais, garantindo que as ações cheguem às localidades mais afetadas.

Atividade caprina e ovina corre risco sem resposta rápida do poder público

De acordo com a FecBahia, a resposta do governo é fundamental para evitar que os prejuízos se tornem irreversíveis. A caprinovinocultura baiana é reconhecida por sua relevância econômica e social, sobretudo em áreas onde o clima e o solo dificultam outros tipos de produção agrícola. Os rebanhos de cabras e ovelhas representam não apenas uma fonte de proteína animal, mas também uma alternativa viável de desenvolvimento rural sustentável.

“Estamos confiantes na sensibilidade do governador e na disposição do governo em adotar medidas que protejam os rebanhos e garantam a continuidade da produção caprina e ovina na Bahia”, disse Sivaldo.

Ainda não houve pronunciamento oficial por parte do Governo da Bahia, mas a expectativa é de que a demanda da FecBahia seja analisada em breve. Enquanto isso, produtores seguem convivendo com o medo constante de novos ataques, que ameaçam não apenas a produção agropecuária, mas também a permanência das famílias no campo e a manutenção de uma atividade fundamental para a economia rural do Estado.