Coral Vivo revela impacto do El Niño nos recifes de corais do Brasil
O projeto Coral Vivo alerta sobre a mortalidade de espécies de corais no Brasil, destacando a ameaça do aumento da temperatura dos oceanos

O projeto Coral Vivo divulgou, na segunda-feira (30), o balanço anual de 2024, onde destaca as consequências graves da onda de calor associada ao fenômeno El Niño nos recifes de corais do Brasil. De acordo com o que apontou o relatório, o país registrou o segundo grande episódio de branqueamento de corais, um processo devastador que provoca a mortalidade dos corais, o que consequentemente afeta a vida marinha. A informação é da Agência Brasil.
O relatório afirmou que a região Norte e Nordeste foram as mais afetadas pelo branqueamento dos corais, com impactos mais notados nas cidades litorâneas de Maragogi (AL), Natal (RN) e Salvador (BA).
Embora a onda de calor tenha sido menos intensa e duradoura no Sudeste e no sul da Bahia, a mortalidade nos recifes dessas regiões foi significativamente mais baixa. Essas áreas abrigam os maiores e mais diversos recifes de corais do Brasil. Apesar disso, a intensidade do fenômeno causou sérios danos no ecossistema em outras partes do país.
O que é o branqueamento de corais e suas causas?
O branqueamento ocorre quando os corais expeliram as zooxantelas, organismos simbióticos essenciais para a sua sobrevivência e coloração. Esse processo, desencadeado principalmente pelo aumento da temperatura da água, pode levar à morte do coral, já que ele perde sua fonte de nutrientes.
As zooxantelas, em troca do abrigo e dióxido de carbono fornecido pelo coral, realizam a fotossíntese, gerando nutrientes essenciais para o ecossistema. Quando esse equilíbrio é rompido, o coral não apenas perde a cor, mas também suas condições de sobrevivência.
“O aprofundamento das investigações reforça nosso esforço por políticas públicas e áreas de conservação, tornando mais efetiva a proteção de todo o ecossistema coralíneo brasileiro, sobretudo no litoral sul da Bahia”, destacou um trecho do relatório.
Mudanças climáticas e o aumento da temperatura dos oceanos
A principal preocupação dos pesquisadores é o aumento da temperatura dos oceanos, impulsionado pelas mudanças climáticas, que torna os recifes de corais ainda mais vulneráveis.
O fenômeno El Niño de 2024, com seu impacto nos ventos e no aquecimento das águas do Pacífico, contribuiu para agravar ainda mais a situação.
De acordo com os especialistas, as mudanças no clima global causam alterações nos padrões de transporte de umidade e na distribuição das chuvas, afetando diretamente o clima e a temperatura nos oceanos ao redor do planeta. Isso resulta em estresse adicional para os ecossistemas marinhos, com consequências de longo prazo para a biodiversidade.
O projeto Coral Vivo
O projeto Coral Vivo, criado a partir de estudos iniciados em 1996 no Museu Nacional da UFRJ, se consolidou como um centro de pesquisa de renome nacional e internacional. O foco do projeto está na compreensão dos ciclos de vida dos corais, essencial para o desenvolvimento de estratégias de conservação e recuperação de recifes degradados.
Os pesquisadores alertam que a morte dos corais tem um impacto devastador, afetando a biodiversidade marinha e prejudicando a economia local. Os recifes não só protegem as praias da erosão, mas também fornecem abrigo, alimento e áreas de reprodução para inúmeras espécies. A preservação dos corais é crucial para sustentar as atividades pesqueiras e o turismo nas regiões costeiras, gerando importantes fontes de renda para as comunidades.
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