Com apenas 17 anos, estudante baiana é aprovada em quatro vestibulares de medicina
Gabriela Almeida foi aprovada em medicina na USP, Unicamp, UFBA e EBMSP, além de também passar em concurso militar

Aos 17 anos, Gabriela Almeida Oliveira Santos alcançou um feito notável: foi aprovada no curso de medicina na Universidade de São Paulo (USP), na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal da Bahia (UFBA) e na Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP). Além disso, conquistou uma vaga em um concorrido concurso militar.
Escolha pela medicina e planos para o futuro
Em entrevista ao Portal M!, Gabriela explicou que escolheu medicina por admiração à profissão e ao poder de ajudar as pessoas.
“Eu escolhi medicina porque admiro muito a profissão e o poder de ajudar as pessoas. Além disso, sempre gostei de estudar, então essa necessidade constante de renovar os conhecimentos combina muito comigo”.
Ela ainda não decidiu qual área da medicina pretende seguir, mas está decidida a experimentar e conhecer as possibilidades antes de tomar a decisão.
“Quando chegar na faculdade eu espero começar a fazer os estágios e saber mais detalhadamente sobre cada área, poder praticar, e não ir já com a mente muito fechada. Vou decidir de acordo com a minha experiência”, pontuou.
Trajetória escolar e rotina de estudos
Ao falar sobre sua vida escolar, ela lembrou que sempre se saía bem nas provas, mas nunca se esforçou além do necessário para realizar um exame. “Costumava chegar em casa, fazer atividade, chegava na época de prova, dava uma revisada, mas era tranquilo”.
Entretanto, tudo mudou no 5º ano, quando ela começou a fazer cursinho para tentar ingressar no Colégio Militar de Salvador. “Comecei a pegar aquela prática de estudar, de fazer prova antiga e focar em um objetivo para eu passar em uma prova. Estudei durante o 5º ano inteiro, passei para o Colégio Militar e aí, quando eu entrei lá, acho que o próprio ambiente estimula a gente a estudar, e os meus colegas também tinham esse perfil, então eu sempre fiz muitas olimpíadas do conhecimento e continuei fazendo a minha trajetória inteira lá”, lembrou.
Em 2024, ela intensificou os estudos visando amenizar a quantidade de conteúdo que deveria estudar no último ano do colégio. Neste período, ela voltou a fazer um curso pré-vestibular e sua rotina precisou mudar.
“Eu ia para o colégio no período da manhã, e para o cursinho à tarde, ficava até o começo da noite, por volta das 19h30, todos os dias. Aos sábados eu fazia simulado, costumava fazer muitas questões, por isso que eu foquei muito em fazer exercício, provas antigas, e deixar para aprender o conteúdo mesmo na aula”, contou Gabriela.
Desafios e sacrifícios
Com a agenda intensa, Gabriela destacou que foi necessário abrir mão de algumas atividades extras que realizava, como o handball e o curso de italiano. Apesar disso, ela revelou que sua meta é retomar os estudos quando tiver oportunidade.
“Não era nem porque eu não tinha tempo para estudar, eu conseguia. As aulas tomavam todos os meus horários que eu conseguia fazer outras atividades. Eu acho que isso foi o mais complicado, mas eu sabia que era uma coisa temporária. E quando eu fosse aprovada, eu ia poder voltar a fazer mais algumas coisas. Mas também nunca abri mão de relaxar, às vezes. Mas essas coisas que eu teria que fazer rotineiramente, eu tive que me deixar um pouquinho de lado”, disse.
A estudante revelou ainda, que para a aprovação na UFBA, usou a nota do Enem. Já para as demais, realizou os vestibulares de cada instituição.
Inseguranças e superação
Apesar da organização para os estudos, Gabriela lembrou que, em diversos momentos, teve insegurança. Segundo ela, por diversas vezes, observou colegas e se perguntou se estava adotando o melhor método de estudo.
“Às vezes batia uma dúvida se eu estava aprendendo como deveria ser aprendido. Eu cheguei a duvidar um pouco disso, só que como ainda era o meu segundo ano, eu não fiquei tão preocupada e falei: ‘vou aprender esse ano, e as coisas que eu vejo que eu estou fazendo errado, ano que vem eu conserto'”.
Além das aprovações em quatro vestibulares, Gabriela conquistou ainda uma vaga em um concurso militar. Entretanto, ela revela que fez a prova apenas para testar os seus conhecimentos.
“Como eu estudava em um colégio militar, as pessoas lá tinham o costume de fazer essa prova, muitos dos meus colegas fizeram. Alguns realmente queriam seguir a carreira e outros só para testar. E como eu sei que é uma prova com bastante conteúdo, muito bem elaborada, decidi fazer porque ia ser meu primeiro vestibular. Confesso que eu tenho um pouco de gosto por fazer prova e me testar, então eu fiz mais pra ter experiência e ver como é que estava minha preparação”, ressaltou Gabriela.
Desse período, ela apontou que seguir seus objetivos foi um dos aprendizados. “O mais importante é quando você coloca um objetivo na sua cabeça, você seguir ele. Muitas pessoas vão tentar te desestimular, mas se é aquilo que você realmente quer, vai valer a pena todo o esforço. E eu sinto que eu me tornei uma pessoa mais focada nesse processo”.
E a universidade escolhida?
Com quatro aprovações, a baiana revelou que não teve dúvidas para decidir em qual Universidade vai estudar: a Universidade de São Paulo.
“Vou para a USP. Já fiz a pré-matrícula, falta um mês para as aulas começarem e estou arrumando minhas coisas. Eu sempre tive vontade de ir para São Paulo, e o fato de a USP ter o melhor curso de medicina da América Latina sempre me encheu muito os olhos. Eu já tive a oportunidade de ir na faculdade, me encheu muito os olhos, gosto muito do programa acadêmico de lá e das coisas que ofertam para além disso, como esporte e outras oportunidades extracurriculares”, explicou.
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