O Colégio Militar de Salvador (CMS) confirmou, nesta quarta-feira (25), a suspeita de que alunos utilizaram inteligência artificial para manipular imagens de colegas em conteúdos pornográficos. Em nota enviada ao portal G1, a instituição disse que tomou conhecimento da “suposta conduta irregular” na última sexta-feira (20) e está atuando para identificar os envolvidos e resolver a situação.

“Os fatos estão sendo rigorosamente apurados por meio de processo administrativo, que visa esclarecer onde e como ocorreram as irregularidades, além de identificar todos os envolvidos”, diz nota.

O comando do CMS ressaltou que os alunos e familiares que procuraram o colégio “estão sendo prontamente atendidos e assistidos” por meio da Divisão de Ensino e da Seção Psicopedagógica.

“O Colégio Militar de Salvador não coaduna com qualquer atitude dessa natureza e busca sempre conscientizar seus alunos sobre o uso correto das tecnologias, possuindo um programa de educação digital que orienta todos os seus integrantes sobre o assunto”, finaliza a nota.

Caso similar em Alagoas

Em julho deste ano, sete adolescentes, com idades entre 14 e 16 anos, foram responsabilizados pela Polícia Civil de Alagoas por manipular e vender imagens pornográficas na Internet, com ajuda da Inteligência Artificial. A partir de denúncias das vítimas, a maioria colegas de escola dos acusados, a autoridade policial iniciou a investigação e foram cumpridos mandados de busca e apreensão na casa dos adolescentes, onde foram apreendidos smartphones, tablets e notebooks.

Na ocasião, o caso foi enviado à Vara da Infância e Juventude de Maceió. O inquérito aponta os adolescentes como autores de atos infracionais análogos à associação criminosa, difamação em rede social, divulgação de imagem pornográfica em rede social contendo adolescente, e montagem ou modificação de fotografia pornográfica de adolescente. Ainda não há registro policial do caso de Salvador.

Bahia

A Bahia é o quinto estado com mais notificações de diversos tipos de crimes contra crianças e adolescentes, como estupro, exploração sexual, importunação sexual e violência sexual mediante fraude. De acordo com dados do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, entre janeiro e maio deste ano, 663 casos de violência sexual foram registrados no Estado e muitos deles começam ou passam pela Internet. Ainda conforme o painel da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, no mesmo período já foram contabilizados 202 registros de estupro e 93 de exploração sexual. 

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