Quarenta e oito autos de infração foram emitidos neste ano por auditores e técnicos fiscais federais do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), contra empresas acusadas de adulterar azeite de oliva no Brasil. As fraudes envolvem a mistura de óleos vegetais de origem desconhecida ao produto original. Além das infrações, cerca de 100 mil litros de azeite foram apreendidos, e a venda de 29 marcas foi proibida. A lista dos lotes considerados impróprios para consumo está disponível no site do Ministério. As informações são da Agência Brasil.

Entre as operações realizadas, destaca-se a operação Getsêmani (março), que resultou na apreensão de 60,6 mil litros de azeite extravirgem em uma fábrica clandestina em Saquarema (RJ). Além disso, foram encontrados no local 37,5 mil litros de óleo de soja, que poderiam ser usados para produzir cerca de 196 mil garrafas de azeite fraudado. A operação contou com o apoio das forças policiais de São Paulo e Rio de Janeiro.

Em 22 de outubro, o Mapa divulgou uma lista com 12 marcas de azeite de oliva cujos testes apontaram a presença de outros óleos vegetais não identificados, oferecendo riscos à saúde. Segundo o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, essas fraudes têm ocorrido principalmente no território nacional, em empresas importadoras e envasadoras que agem de forma irregular ou com CNPJ suspenso.

Ludmilla Verona, coordenadora de Fiscalização da Qualidade Vegetal do Mapa, esclareceu que a adulteração acontece geralmente após a importação legal do azeite a granel, quando ele é envasado no Brasil. “É nesse momento que a fraude é realizada, com a adição de outros óleos vegetais para aumentar o rendimento do produto”, explicou. Ela também alertou que alguns fraudadores usam rótulos de marcas reconhecidas em seus países de origem, o que exige maior atenção dos consumidores e comerciantes.

O Ministério da Agricultura recomenda que consumidores que possuem produtos de marcas adulteradas suspendam o uso imediatamente e tentem trocá-los no estabelecimento onde foram adquiridos. Além disso, o Mapa orienta que se desconfie de preços muito abaixo da média, que se verifique o registro da empresa e se evite comprar azeites a granel ou de validade incerta.