Campanha da fraternidade 2025 é lançada em Salvador com apelo pela ecologia integral
Em mensagem, Papa Francisco, que é inspiração para tema, destacou ‘urgência de uma necessária mudança de atitude’ ao meio ambiente

A Arquidiocese de Salvador deu início, nesta última quarta-feira (5), à Campanha da Fraternidade 2025, que, com o tema Fraternidade e Ecologia Integral, convida toda a sociedade a refletir e agir em relação à crise ambiental atual. Com o lema bíblico extraído do livro de Gênesis, “Deus viu que tudo era muito bom”, a campanha deste ano promove um processo de conversão integral, que escuta o grito dos pobres e da Terra. A ação nacional da Igreja Católica, que ocorre desde 1964, segue o espírito quaresmal e prepara os fiéis para a Páscoa por meio de atitudes de oração, jejum e caridade.
Ação em tempo de crise socioambiental
O lançamento da campanha em Salvador foi marcado por reflexões profundas sobre o papel da sociedade e da Igreja na preservação ambiental. De acordo com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a iniciativa busca promover a conscientização e ação para um mundo mais sustentável, respeitando os limites da criação divina.
Em sua mensagem, o Papa Francisco, que é inspiração para a campanha, destacou a “urgência de uma necessária mudança de atitude” em nossas relações com o meio ambiente, e apelou para uma profunda conversão interior diante da crise ecológica.
“Que todos nós possamos, com o especial auxilio da graça de Deus neste tempo jubilar, mudar nossas convicções e práticas para deixar que a natureza descanse das nossas explorações gananciosas”, disse o pontífice.
Ele lembrou ainda que São João Paulo II já havia falado sobre a “conversão ecológica” necessária para sensibilizar a humanidade para o cuidado com a “casa comum”.
“O meu predecessor de venerável memória, São João Paulo II, já alertava que era preciso estimular e apoiar a ‘conversão ecológica’, que tornou a humanidade mais sensível ao tema do cuidado com a casa comum”, destacou Francisco.
Dom Sérgio da Rocha destaca urgência do tema
O arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, cardeal Dom Sérgio da Rocha, fez um importante pronunciamento sobre a campanha, ressaltando a gravidade da crise ambiental.
“Não podemos destruir nossa casa comum, não podemos destruir a natureza, precisamos preservar a natureza. Deus coloca o homem e a mulher no mundo para cultivar e guardar, não para destruir”, afirmou.
Segundo Dom Sérgio, a campanha é uma oportunidade para refletir sobre a responsabilidade de todos, católicos ou não, em relação ao meio ambiente e às futuras gerações. Ele também falou sobre a importância da fraternidade como caminho para a paz e para o cuidado com a Terra.
“Essa temática da Campanha da Fraternidade Socioambiental, ecológica, tem uma importância muito grande na vida das pessoas, das comunidades e da sociedade. Nós temos também uma urgência para tratar do tema pela crise socioambiental que nós vivenciamos. O próprio papa Francisco já escreveu documentos muito valiosos para recordar a urgência da questão ambiental, da crise que temos vivido”, pontuou o arcebispo.
Conversão ecológica e papel das comunidades
Dom Sérgio destacou que a campanha é uma reflexão não apenas para os católicos, mas para toda a sociedade.
“A Campanha da Fraternidade é inspirada no tempo quaresmal, que é um tempo de conversão e aqui se fala de conversão ecológica, isto é, de termos essa atitude com responsabilidade frente ao meio ambiente, frente à preservação da obra da criação”, disse.
Ele ressaltou que o papel das famílias e escolas é essencial para fomentar a conscientização ambiental, promovendo a educação para o cuidado com a casa comum.
O bispo auxiliar de Salvador e referencial para a Ação Social Arquidiocesana (Asa), Dom Valter Magno de Carvalho, também reforçou a importância da contemplação da obra de Deus e do cuidado com a criação. “Temos a missão de cuidar, pois desse jeito nós vamos acabar com essa casa que é de todos nós”, disse.
O cônego José Carlos Santos Silva, presidente executivo da Asa, falou sobre o espírito fraterno da campanha, que vai além da simples caridade. Segundo ele, é necessário promover ações que garantam que todos tenham acesso aos recursos necessários, como o alimento, de forma justa e sustentável.
Iniciativas da igreja no combate à emergência climática
A campanha não se limita a um evento anual, mas é parte de ações permanentes desenvolvidas pela Igreja para ajudar as populações mais vulneráveis, especialmente aquelas que enfrentam os impactos da emergência climática. Genivaldo da Silva Lima, da coordenação da Cáritas Brasileira Regional, destacou iniciativas como o apoio às mulheres no Extremo Sul da Bahia, que estão entre as mais afetadas pelas mudanças climáticas, e também a conscientização sobre uma nova economia que prioriza a sustentabilidade sobre o lucro imediato.
Apelo de Dom Sérgio: fraternidade como caminho de paz
Em seu discurso, o Cardeal Dom Sérgio da Rocha lembrou que a fraternidade deve ser vivida não apenas nas comunidades religiosas, mas por toda a sociedade.
“Temos tido cada vez mais a Campanha da Fraternidade assumida como reflexão, mas sobretudo as iniciativas que a acompanham em cada um dos temas que têm sempre uma conotação social. A fraternidade deve ser vivida não só nos ambientes mais próximos ou onde se vive, mas sempre na sociedade. Por isso que tem sempre a questão social nas questões trabalhadas pela Campanha da Fraternidade. Precisamos da ação dos governos, dos órgãos públicos, precisamos de iniciativas das comunidades eclesiais, das escolas, universidades e outras instituições da sociedade civil organizada. Precisamos das famílias, então é preciso trabalhar a educação para o cuidado da casa comum, que é o meio ambiente”, disse Dom Sérgio.
O cardeal também ressaltou a importância de se educar para o cuidado do meio ambiente, um aspecto fundamental para garantir a preservação do planeta para as futuras gerações.
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