Brasileiros planejam gastar mais com viagens no fim de ano, aponta pesquisa

A maioria dos brasileiros pretende aumentar os gastos com viagens no fim de ano em comparação com 2023, segundo aponta uma pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, e divulgada nesta sexta-feira (13). O levantamento mostra que 58% dos entrevistados desejam investir mais nas festividades deste ano. As informações são da Agência Brasil.

Entre os 1.461 participantes, ouvidos entre os dias 2 e 4 de dezembro, 52% manifestaram intenção de viajar no período, enquanto 29% planejam gastar a mesma quantia que no ano passado, e 13% afirmaram que irão reduzir os custos. As cidades litorâneas aparecem como os destinos mais procurados pelos brasileiros.

O presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, destacou que os jovens lideram o interesse por viagens de fim de ano. “Os brasileiros, inclusive nas classes C e D, estão conseguindo investir mais em viagens de férias este ano. Para os jovens, esse percentual alcança 58%”, afirmou Meirelles.

Litoral é preferência

A pesquisa também apontou que 57% dos entrevistados preferem cidades com praias para passar as festas de fim de ano. Outros 18% optam por grandes centros urbanos fora do litoral, enquanto os demais não definiram preferências de localização.

Quando se trata de hospedagem, 49% dos viajantes pretendem escolher hotéis ou pousadas. Aluguel de casas ou apartamentos é a escolha de 24%, e 16% planejam ficar em residências próprias, de amigos ou familiares.

Em meio à retomada do turismo, o levantamento reforça a tendência de os brasileiros utilizarem o período de festas para explorar novos destinos e se deslocarem para celebrar fora de suas cidades.

Uso do 13º para bets

O estudo também analisou como os brasileiros pretendem utilizar o 13º salário ou rendas extras neste fim de ano. Segundo o levantamento, 45% da população, o equivalente a 39 milhões de pessoas, planejam usar esse recurso para compras, enquanto 21% optam por aplicá-lo em apostas esportivas, loterias e similares.

De acordo com Renato Meirelles, essa tendência é impulsionada pela busca de multiplicação rápida do salário adicional. “É a falsa sensação do ganho fácil, da ilusão de controle”, observou Meirelles.

A pesquisa ainda revelou que 54% da população, cerca de 46 milhões de pessoas, pretendem guardar ou investir o dinheiro, enquanto 26% desejam utilizá-lo para quitar dívidas.

Gerações e classes sociais

Os dados refletem diferentes prioridades entre os estratos sociais. Entre as classes AB, 62% dos entrevistados preferem guardar ou investir o 13º salário. Já entre as classes DE, as compras aparecem como principal objetivo, com 43% dos entrevistados afirmando essa intenção.

A análise geracional também trouxe diferenças marcantes. Na geração Z (18 a 29 anos), 62% dos jovens afirmaram que pretendem guardar ou investir. Entre os millennials (30 a 40 anos), 49% priorizam compras, enquanto 44% dos baby boomers (61 anos ou mais) dividem as intenções entre investir e consumir.

Os entrevistados da geração X (41 a 60 anos) são os que mais pretendem usar os recursos para quitar dívidas, representando 31% desse público. Entre os baby boomers, o percentual é de 28%.

Respostas múltiplas

O levantamento mostrou que as prioridades podem se sobrepor, uma vez que muitos entrevistados relataram intenção de aplicar o dinheiro em mais de um objetivo. Roupas e acessórios são os itens mais procurados, com 60% dos consumidores indicando essa preferência. Alimentos e bebidas aparecem logo atrás, com 57%, seguidos por calçados, com 53%.

Os dados foram coletados por meio de 1.461 entrevistas digitais realizadas entre os dias 2 e 4 de dezembro, abrangendo respondentes acima de 18 anos em todo o Brasil. A margem de erro é de 2,5 pontos percentuais, segundo o Instituto Locomotiva.