Baía de Todos-os-Santos: ação de preservação combate invasão de corais
Iniciativa busca proteger recifes e promover biodiversidade marinha com apoio de universidades e entidades ambientais
A Baía de Todos-os-Santos, um dos maiores patrimônios naturais do Brasil, está no centro de uma importante ação de preservação ambiental. A iniciativa, que teve sua segunda etapa realizada nesta quarta-feira (8), busca combater a proliferação de corais invasores que ameaçam o equilíbrio do ecossistema local.
Com a participação de dez pesquisadores das universidades federais da Bahia (Ufba) e de Alagoas, além de São Paulo (USP) e o apoio de órgãos ambientais, como a Secretaria do Meio Ambiente (Sema), o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e a Capitania dos Portos, a ação foca na remoção de corais da espécie Chromonephthea braziliensis, um octocoral invasor identificado na região em 2023.
Perigo dos corais invasores
O que são corais invasores?
Originária do oceano Índico e da região de Singapura, a espécie Chromonephthea braziliensis foi detectada pela primeira vez na Ilha de Itaparica. Mergulhadores e pescadores locais alertaram as autoridades ambientais sobre a presença dos corais, que rapidamente começaram a impactar o ecossistema marinho.
Esses corais competem diretamente com espécies nativas por espaço e recursos, prejudicando a biodiversidade. Segundo Tiago Porto, superintendente de Políticas e Planejamento Ambiental da Sema, a presença do coral invasor pode trazer graves consequências para a fauna e a pesca local.
“Quando ele aparece em um ambiente equilibrado, pode eliminar espécies marinhas que fornecem alimentos para peixes e animais de pesca da região. Além disso, ocupa espaços, competindo com corais nativos e desequilibrando todo o ecossistema”, afirmou Porto.
Testes e métodos de remoção
Desde dezembro de 2024, os pesquisadores vêm realizando testes para identificar as melhores estratégias de combate ao coral invasor. Métodos como raspagem manual, aplicação de sal azedo, vinagre e água doce estão sendo avaliados.
De acordo com a pesquisadora Tatiane Aguiar, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), os resultados preliminares indicam que a combinação de raspagem manual e o uso de sal azedo são os mais eficazes até o momento. “Onde a gente raspou, está liso, como estava quando terminamos, e o sal azedo está, inclusive, limpando as pilastras. Esses são resultados preliminares, e a checagem completa será feita após 30 dias”, explicou.
A ação segue até o dia 4 de fevereiro, quando a remoção definitiva das colônias de corais invasores deve começar. O processo é conduzido em parceria com a organização socioambiental Pró-Mar e o Senai-Cimatec, sob as licenças ambientais do ICMBio, Sema e Inema.
Baía de Todos-os-Santos em perigo
Embora a remoção dos corais invasores seja uma iniciativa crucial, outros desafios continuam a ameaçar o equilíbrio ecológico da Baía de Todos-os-Santos. Fatores como a poluição das águas, o descarte irregular de resíduos e a sobrepesca comprometem o habitat de inúmeras espécies marinhas.
A ação conjunta de pesquisadores, autoridades e organizações ambientais reforça a importância de proteger a baía, um dos maiores ecossistemas marinhos do Brasil e um patrimônio natural de relevância mundial.
Preservar para futuro
A luta contra os corais invasores é apenas o começo de um esforço maior para preservar a Baía de Todos-os-Santos. O envolvimento da comunidade, das universidades e de órgãos públicos demonstra que a proteção do meio ambiente exige um trabalho contínuo e colaborativo.
Com medidas como a remoção do Chromonephthea braziliensis, os especialistas esperam restaurar o equilíbrio do ecossistema local e garantir que a maior baía do Brasil continue a ser um refúgio de biodiversidade para as próximas gerações.
A preservação da Baía de Todos-os-Santos é um desafio que exige inovação, cooperação e comprometimento. A ação contra os corais invasores é um exemplo de como o esforço coletivo pode fazer a diferença no combate às ameaças ambientais.
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