Bahia tem segunda maior taxa de desemprego do Brasil, apesar de queda no comparativo anual
Estado lidera índices de desocupação no país ao lado de Pernambuco e enfrenta desafios com subutilização da força de trabalho e baixa renda

A Bahia registrou a segunda maior taxa de desemprego do Brasil no primeiro trimestre de 2025, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada, nesta sexta-feira (16), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com 10,9% da população economicamente ativa sem ocupação, o Estado ficou atrás apenas de Pernambuco, que lidera o ranking com 11,6%.
Mesmo com o alto índice, a Bahia também foi destaque positivo por ter apresentado uma das maiores quedas na taxa de desocupação em um ano, saindo de 14% no primeiro trimestre de 2024 para os atuais 10,9%. O dado revela uma melhora no ritmo da geração de empregos, embora ainda insuficiente para tirar o estado da zona crítica do ranking nacional.
Nordeste concentra maiores índices de desocupação
Os números revelam um padrão preocupante: os estados do Nordeste continuam figurando entre os piores desempenhos no mercado de trabalho. Além da Bahia e Pernambuco, o Piauí aparece com taxa de 10,2%. No sentido oposto, os menores índices de desemprego foram registrados em Santa Catarina (3%), Rondônia (3,1%) e Mato Grosso (3,5%).
Na média nacional, a taxa de desemprego subiu de 6,2% no último trimestre de 2024 para 7% no primeiro trimestre de 2025. O índice cresceu em 12 das 27 unidades da federação e permaneceu estável nas demais 15.
Apesar do aumento recente no país, a comparação anual mostra que alguns estados conseguiram reduzir consideravelmente seus níveis de desocupação, como Espírito Santo (de 5,9% para 4%), São Paulo (de 7,4% para 5,2%), Paraná (de 4,8% para 4%) e Santa Catarina (de 3,8% para 3%).
Subutilização da força de trabalho segue elevada na Bahia
Um dos indicadores mais preocupantes para o estado é a taxa composta de subutilização da força de trabalho, que inclui não apenas os desocupados, mas também os subocupados por insuficiência de horas e a força de trabalho potencial. A Bahia e Alagoas registraram 27,5%, enquanto o Piauí liderou com 34%. A média nacional ficou em 15,9%, evidenciando o quanto os números nordestinos destoam da realidade de outras regiões.
Desigualdades estruturais agravam cenário
A Pnad Contínua também evidenciou desigualdades históricas que impactam diretamente as taxas de desemprego. A desocupação foi de 5,7% entre os homens e de 8,7% entre as mulheres. Já entre os grupos raciais, os brancos apresentaram uma taxa de 5,6%, contra 8,4% entre os pretos e 8% entre os pardos.
No critério de escolaridade, os brasileiros com ensino médio incompleto enfrentaram a maior taxa de desemprego (11,4%), enquanto entre aqueles com ensino superior completo, o índice foi de apenas 3,9%.
Jovens são mais afetados pela desocupação
O desemprego entre os jovens de 14 a 17 anos atingiu 26,4%, a maior taxa entre todas as faixas etárias. Já entre os que têm entre 18 e 24 anos, o índice é de 14,9%. As taxas diminuem significativamente a partir dos 25 anos, caindo para 6,5% (25 a 39 anos), 4,7% (40 a 59 anos) e 3,1% (acima de 60 anos).
Além da falta de vagas, fatores como baixa qualificação profissional, ausência de experiência anterior e dificuldade no acesso ao primeiro emprego dificultam a inserção dessa população no mercado de trabalho.
Renda média segue estagnada para trabalhadores baianos
Mesmo com a queda na taxa de desemprego, a Bahia não registrou aumento no rendimento médio real da população ocupada. Apenas três estados apresentaram crescimento de renda na comparação trimestral: Rio de Janeiro (6,8%), Santa Catarina (5,8%) e Pernambuco (4,7%).
Na comparação anual, sete estados conseguiram melhorar o rendimento: Pernambuco (23,4%), Alagoas (13,4%), Sergipe (13,2%), Santa Catarina (1,25%), Rio Grande do Sul (6,8%), Paraná (6,4%) e Espírito Santo (4,9%). A ausência da Bahia na lista reflete a dificuldade estrutural de transformar redução do desemprego em melhoria da renda da população trabalhadora.
Alto índice de desemprego na Bahia foi criticada por ACM Neto
As estatísticas negativas da Bahia no mercado de trabalho geraram críticas de ACM Neto (União Brasil) ao governador Jerônimo Rodrigues (PT) e ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em publicação nas redes sociais no último feriado de 1º de Maio (Dia do Trabalho), o ex-prefeito de Salvador atribuiu os altos índices de desemprego no estado e o avanço da inflação nacional à gestão petista.
“A Bahia lidera o desemprego. O Brasil afunda no preço dos alimentos. E o PT? Esconde a cara no 1º de Maio. Quem dizia defender o trabalhador agora foge do povo”, escreveu ACM Neto em suas redes.
O ex-candidato ao Palácio de Ondina ainda criticou a ausência de ações efetivas que revertam o quadro de desemprego elevado e de renda estagnada na Bahia, governada pelo PT desde 2007. A crítica política reforça o debate sobre a eficácia das políticas públicas adotadas na área econômica, especialmente no enfrentamento às desigualdades regionais.
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