A Bahia registrou a segunda maior queda do país no volume de serviços no mês de agosto, com retração de 6,8% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo dados divulgados, nesta terça-feira (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foi o quinto mês consecutivo de queda do setor, que segue em desaceleração desde o início do ano.

O desempenho estadual ficou atrás apenas do Acre (-7,1%) e muito abaixo da média nacional, que apresentou alta de 2,5% no período. No total, 19 das 27 unidades da Federação registraram crescimento, conforme a Pesquisa Mensal de Serviços (PMS).

Queda também na passagem de julho para agosto

Na comparação com julho, o volume de serviços na Bahia caiu 2,5%, na série com ajuste sazonal, que elimina os efeitos de datas específicas como Carnaval e Páscoa. Foi a quinta retração consecutiva nessa base de comparação, enquanto o país teve leve alta de 0,1%.

O resultado colocou o estado entre os três piores desempenhos do Brasil, superando apenas Acre (-10,3%) e Paraíba (-3,8%). Entre julho e agosto, o setor apresentou crescimento em 17 unidades da Federação, reforçando a discrepância entre o cenário baiano e o nacional.

Com esses números, o volume de serviços na Bahia acumula queda de 1,1% entre janeiro e agosto, enquanto o país registra alta de 2,6%. O estado aparece entre os quatro piores resultados do ano, empatado com o Piauí (-1,1%) e à frente apenas de Rio Grande do Sul (-5,8%) e Acre (-3,2%).

O recuo em agosto foi influenciado pela queda em quatro das cinco atividades pesquisadas pelo IBGE, com destaque para o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-5,7%). Apesar de não ter apresentado a maior variação percentual, o grupo tem o maior peso na composição do setor e foi o principal responsável pelo resultado negativo.

Os transportes registram nove meses seguidos de retração, desde dezembro de 2024, e acumulam a maior perda entre as atividades de serviços em 2025 (-3,4%). Já os serviços profissionais, administrativos e complementares tiveram a maior queda do mês (-11,1%), revertendo o crescimento de 2,2% registrado em julho. Mesmo assim, mantêm alta de 1,4% no acumulado do ano.

Apenas a categoria de “outros serviços” apresentou crescimento em agosto (12,4%), mantendo 12 meses consecutivos de alta desde setembro de 2024. Essa atividade também lidera o desempenho acumulado de 2025, com avanço de 8,5%.

Turismo baiano volta a crescer

As atividades de turismo na Bahia voltaram a crescer em agosto, com alta de 1,7% frente a julho, segundo a série com ajuste sazonal. O resultado interrompeu quatro meses de retração e superou a média nacional, que teve variação positiva de 0,8%. O estado teve o sexto melhor desempenho entre os 17 pesquisados.

Na comparação anual, o volume de serviços turísticos aumentou 4,5%, mantendo 11 meses consecutivos de crescimento. O resultado é semelhante ao do Brasil, que registrou 4,6%, e colocou a Bahia na nona posição, atrás de estados como Amazonas (16,4%), Rio Grande do Sul (14,7%) e Rio de Janeiro (12,6%).

De janeiro a agosto de 2025, o setor turístico baiano acumula alta de 7,9%, superior à média nacional (6,0%). Nos últimos 12 meses, o índice registra crescimento de 8,1%, completando 49 meses seguidos de desempenho positivo. O estado aparece na quarta colocação entre os maiores avanços do país, atrás de Rio de Janeiro (11,6%), Amazonas (11,4%) e Ceará (8,7%).