O período de chuvas intensas em Salvador tem contribuído para o aumento da presença de animais silvestres e peçonhentos em áreas urbanas. Segundo dados da Guarda Civil Municipal (GCM), somente nos quatro primeiros meses deste ano, cerca de 4,3 mil animais silvestres foram resgatados em diferentes bairros da capital baiana pelo Grupo Especial de Proteção Ambiental (Gepa).

Entre os resgates estão espécies classificadas como peçonhentas, como serpentes, escorpiões e aranhas, que oferecem riscos significativos à saúde humana. Esses animais, quando ameaçados, podem atacar e injetar veneno, causando complicações que, em alguns casos, podem ser fatais.

Como proceder ao encontrar animais silvestres ou venenosos

A orientação da GCM é clara: ao identificar a presença de um animal silvestre ou peçonhento, o cidadão deve evitar qualquer tentativa de captura por conta própria e acionar imediatamente a equipe especializada. O contato pode ser feito pelo telefone (71) 3202-5312.

De acordo com o comandante do Gepa, o engenheiro agrônomo Robson Pires, o instinto natural desses animais é fugir, mas ao se sentirem acuados, podem agir em legítima defesa.

“Nunca tente fazer o resgate de animais silvestres ou peçonhentos. Eles têm medo do ser humano e, em uma reação de defesa, poderão ferir a pessoa”, alerta Pires.

Além disso, ele ressalta que a oferta de alimentos não deve ser uma prática adotada pelos moradores. “Cada espécie possui um cardápio específico e não se alimenta de comida humana, podendo esta prática prejudicar a saúde do animal”, acrescenta.

Prevenção e cuidados dentro de casa

A recomendação das autoridades ambientais é manter os arredores das residências limpos, sem acúmulo de lixo ou entulho, que pode servir de abrigo para esses animais. Outro cuidado importante é sempre inspecionar roupas, calçados, toalhas e lençóis antes do uso, já que alguns peçonhentos se escondem em locais escuros e secos.

Destino dos animais resgatados

Após o resgate, os animais silvestres são encaminhados a instituições responsáveis, como os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), geridos pelo Ibama e pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema). Nessas unidades, os animais passam por avaliação clínica com biólogos e veterinários, ficando em observação e isolamento antes de serem reintegrados à natureza em áreas de proteção ambiental fora da cidade.

O que fazer em caso de acidente

Caso ocorra um acidente com animal silvestre ou peçonhento, é fundamental manter a calma e tomar providências imediatas. A recomendação é lavar o local da picada com água e sabão e buscar atendimento o mais rápido possível.

Se o agressor for um animal silvestre, a vítima deve se dirigir à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) mais próxima para receber a vacina antirrábica. No caso de animais peçonhentos, a pessoa deve comparecer ao Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Bahia (CIATox-BA), localizado no anexo do Hospital Geral Roberto Santos, no bairro do Cabula, onde será avaliada e, se necessário, receberá o soro específico.

Sempre que possível, é recomendável levar o animal responsável pelo ataque — vivo ou morto — para facilitar a identificação e o tratamento correto. No entanto, a captura só deve ser feita com segurança e por profissionais qualificados.