Anvisa aprova primeira insulina semanal para diabetes tipo 1 e 2; entenda como funciona

Diabetes ocorre quando o corpo não consegue produzir insulina ou não consegue usá-la de maneira eficaz


Redação
Redação 10/03/2025 07:00 • Cidades
Anvisa aprova primeira insulina semanal para diabetes tipo 1 e 2; entenda como funciona - Awiqli/Divulgação

A primeira insulina semanal para o tratamento de diabetes tipo 1 e 2 foi aprovada nesta sexta-feira (7) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O medicamento, chamado insulina basal icodeca, é comercializado como Awiqli e produzido pela farmacêutica Novo Nordisk, mesma empresa responsável pelo Ozempic. As informações são da Agência Brasil.

Atualmente, pacientes com diabetes tipo 1 utilizam insulinas basais de ação lenta, aplicadas diariamente, além de insulinas de ação rápida ou ultrarrápida durante as refeições. Já para os pacientes com diabetes tipo 2 que necessitam de insulina, a recomendação é o uso exclusivo da insulina basal.

O novo tratamento substituirá a insulina basal diária. Pacientes com diabetes tipo 1 continuarão a usar insulinas rápidas ou ultrarrápidas antes das refeições, mas não precisarão mais das aplicações diárias da insulina basal. O mesmo se aplica aos pacientes com diabetes tipo 2.

Redução significativa nas aplicações de insulina

Priscilla Mattar, vice-presidente da área médica da Novo Nordisk no Brasil, comentou sobre a aprovação.

A aprovação de Awiqli️ no Brasil é um exemplo prático de como podemos simplificar e melhorar o tratamento do diabetes, o que tende a oferecer ainda mais qualidade de vida e autonomia aos pacientes, visto que esse novo medicamento proporciona a redução de 7 aplicações semanais para 1, ou seja, de 365 para 52 aplicações em 1 ano”, disse em comunicado.

A diabetes ocorre quando o corpo não consegue produzir insulina (tipo 1) ou não consegue usá-la de maneira eficaz (tipo 2). A insulina basal icodeca atua como a insulina natural do corpo, ajudando a glicose a entrar nas células e controlando os níveis de glicose no sangue.

A fórmula do Awiqli foi modificada em relação à insulina tradicional. Foram substituídos três aminoácidos que atuavam nas enzimas responsáveis pela degradação da insulina, aumentando sua resistência. Além disso, o medicamento é mais solúvel, facilitando a penetração nos tecidos e prolongando sua ação.

Eficácia comprovada nos estudos clínicos

O Awiqli foi testado em dois grupos de pacientes. Para diabetes tipo 1, o medicamento foi estudado com 582 adultos. Os resultados mostraram que a insulina semanal teve eficácia equivalente à insulina basal diária degludeca. Para diabetes tipo 2, o estudo envolveu mais de 3.500 pessoas. Os resultados demonstraram que o novo tratamento foi tão eficaz quanto as insulinas diárias degludeca e glargina.

A Novo Nordisk informou que o medicamento se mostrou eficaz em pacientes com diferentes perfis, incluindo aqueles com disfunção renal. Apesar disso, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) alertou que os efeitos colaterais mais comuns do Awiqli são hipoglicemia (baixos níveis de glicose no sangue), afetando mais de 1 em cada 10 pessoas. Esse efeito foi mais frequente em pacientes com diabetes tipo 1.

Entretanto, a Novo Nordisk esclareceu que, tanto para diabetes tipo 1 quanto para tipo 2, o tratamento não demonstrou aumento significativo de eventos adversos graves, como hipoglicemia. De acordo com estudos, o risco de hipoglicemia não aumenta quando o tratamento é individualizado e o controle glicêmico é monitorado regularmente.

Aplicação e disponibilidade no Brasil

O medicamento deve ser administrado uma vez por semana, por meio de injeção subcutânea em áreas como a barriga, coxa ou parte superior do braço. A dose será ajustada conforme os níveis de glicose no sangue, que devem ser monitorados com regularidade.

Ainda não há uma data definida para o lançamento do Awiqli no Brasil. O próximo passo é a definição do preço do medicamento pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED).

A insulina icodeca já recebeu aprovação em diversos países, como na União Europeia, Austrália, Suíça, Alemanha, Japão, Canadá e China. O preço do tratamento anual com o medicamento varia entre US$ 1.085 e US$ 1.357 (aproximadamente entre R$ 6.282 e R$ 7.857, de acordo com a cotação atual do dólar), valor semelhante ao da insulina degludeca, mas superior ao da glargina, que é utilizada diariamente.

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