O preço médio da gasolina caiu 0,5% entre os dias 8 e 14 de junho, chegando a R$ 6,22 o litro, conforme dados do Levantamento de Preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgados nesta sexta-feira (13). O recuo é reflexo da redução de 5,6% feita pela Petrobras em 3 de junho.

A gasolina já havia registrado baixa de 0,3% na semana anterior, de 1º a 7 de junho, absorvendo parte do impacto da mudança. Analistas explicam que os efeitos das alterações nos preços dos combustíveis levam um tempo para serem percebidos integralmente nos postos, pois dependem do esgotamento dos estoques adquiridos com valores anteriores.

O diesel S-10 também teve queda de 0,5%, com o preço médio do litro em R$ 6,02. Essa redução segue a tendência dos cortes anunciados pela estatal ainda durante o mês de maio.

Já o gás de cozinha, medido pelo botijão de 13 quilos, teve queda de 0,2%, atingindo R$ 108,50. Esse foi o combustível com a menor variação na semana, conforme a ANP.

MPF entra na Justiça para suspender leilão da ANP de blocos na Margem Equatorial

O Ministério Público Federal (MPF) do Pará entrou com ação judicial na última quinta-feira (12), pedindo a suspensão imediata do leilão de 47 blocos de petróleo e gás localizado na bacia da Foz do Amazonas. O certame está previsto para acontecer na próxima terça-feira (17), como parte da 5ª Oferta Permanente de Concessão (OPC) da ANP.

Segundo o MPF, o pedido de urgência é justificado pela proximidade da data marcada para o leilão e pela necessidade de cumprimento de exigências legais socioambientais.

A ação é dirigida contra a União e a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis. No documento, o MPF indica que o leilão deve ser condicionado à execução de quatro medidas principais, exigidas pela legislação vigente. Entre elas estão o estudo de impacto climático, a Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS), estudos sobre povos e comunidades tradicionais e a realização de consulta prévia.

Exploração na Foz do Amazonas está no centro da disputa

A bacia da Foz do Amazonas integra a Margem Equatorial brasileira, formada por cinco grandes bacias sedimentares. A região é considerada sensível do ponto de vista ambiental e tem despertado controvérsias sobre a viabilidade da exploração de petróleo e gás.

Outras ações também questionam o leilão

A iniciativa do MPF acompanha outra ação movida pela Federação Única dos Petroleiros (Fup) e pela Associação Nacional dos Petroleiros Acionistas Minoritários da Petrobras (Anapetro). Ambas compartilham argumentos relacionados à falta de transparência e ausência de avaliações ambientais obrigatórias.

No documento apresentado, o MPF aponta que a expansão da exploração de petróleo na região representa um “grave contrassenso” diante da emergência climática e dos compromissos assumidos pelo Brasil, como o Acordo de Paris.

Por fim, o Ministério Público Federal indica que a decisão de leiloar os blocos sem quantificar previamente os impactos climáticos e socioambientais é “cientificamente insustentável”. O documento também descreve a medida como “legalmente indefensável e moralmente injustificável”.