Duas operações distintas realizadas por forças de segurança e fiscalização resultaram em apreensões expressivas nesta semana na Bahia. Em Ilhéus, no Sul do Estado, 450 quilos de lagosta da espécie vermelha foram apreendidos por pesca ilegal. Já no porto de Salvador, a Receita Federal localizou mais de 60 quilos de cocaína escondidos em uma carga de limões com destino à Inglaterra. As ações reforçam o combate a crimes ambientais e ao tráfico internacional de drogas.

Pesca ilegal

Uma operação da Polícia Militar resultou, na tarde de segunda-feira (19), na apreensão de 450 quilos de lagosta vermelha no município de Ilhéus, no Sul da Bahia. A ação ocorreu após uma denúncia anônima indicar que uma embarcação estava descarregando pescados de origem ilegal no porto local.

Ao chegar ao local indicado, os policiais encontraram um veículo carregado com lagostas, a maioria já morta, mas a embarcação responsável pela descarga havia fugido. O condutor do veículo foi abordado e questionado sobre a origem do produto, mas não apresentou qualquer documentação que comprovasse a legalidade da carga.

A pesca e o transporte das lagostas estavam em desacordo com as regras estabelecidas pela Portaria Interministerial MPA/MMA nº 31/2025, que regula a captura, o transporte e a comercialização da lagosta em território nacional. A legislação visa proteger a espécie e evitar a sobrepesca, garantindo a sustentabilidade da atividade pesqueira.

Diante das irregularidades constatadas, os policiais militares deram voz de prisão em flagrante ao condutor do veículo, que foi encaminhado à Delegacia de Crimes Ambientais. No local, ele foi autuado pela Polícia Civil e também por fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A carga foi apreendida e passará por avaliação ambiental para definir o destino final.

Drogas em limões

Em outra frente de atuação, desta vez na capital baiana, a Receita Federal apreendeu mais de 60 quilos de cocaína camuflados em uma carga de limões. A operação ocorreu, nesta última terça-feira (20), no porto de Salvador, e foi fruto de um trabalho de inteligência e análise de risco conduzido pelos servidores do órgão federal.

A droga estava escondida de forma sofisticada entre as frutas, método frequentemente utilizado por organizações criminosas que tentam enviar entorpecentes para o exterior sem serem detectadas. A carga, segundo informações da Receita, tinha como destino final o Reino Unido.

A delegada Sandra Magnavita, responsável pela alfândega de Salvador, explicou que o contêiner foi contaminado durante o trajeto até o porto, o que indica que o exportador formal não possui envolvimento com o crime. Essa constatação é importante para preservar a reputação das empresas legítimas que operam no comércio exterior.

Assim que a cocaína foi localizada e confirmada, a carga foi isolada e o material entorpecente, apreendido. Em seguida, tudo foi entregue à Polícia Federal, que ficará responsável pelas investigações. O objetivo agora é identificar os envolvidos na tentativa de tráfico internacional e desmontar o esquema logístico utilizado pelos criminosos.

Estado intensifica combate ao crime ambiental e ao tráfico internacional

As duas apreensões mostram que a Bahia segue no radar de ações de fiscalização estratégica, tanto no combate a crimes ambientais quanto no enfrentamento ao narcotráfico. A atuação conjunta entre forças policiais, órgãos ambientais e autoridades aduaneiras tem sido fundamental para coibir atividades ilegais e reforçar a segurança em diferentes frentes.

No caso da lagosta, a pesca fora das normas impacta diretamente o equilíbrio ambiental e a economia da pesca artesanal, muito presente no Litoral-sul do Estado. Já a interceptação da cocaína revela o desafio contínuo de barrar o uso da infraestrutura portuária brasileira para o envio de drogas ao exterior.

As autoridades destacam a importância da denúncia da população e da cooperação entre instituições para garantir resultados efetivos. Investigações seguem em andamento para responsabilizar os envolvidos em ambos os casos.