Quem mora em Salvador e gosta de explorar novos sabores encontra, a poucas horas de viagem, uma rota gastronômica que celebra tradições e ingredientes típicos da Bahia. Cidades do Recôncavo e do entorno da capital guardam receitas que atravessam gerações e se tornaram símbolos da cozinha local.

De Cachoeira, um dos berços da Maniçoba – um dos pratos mais emblemáticos da Bahia, a Valença, o interior baiano mantém viva a essência da culinária regional, com pratos que misturam história, técnica e afeto. A proposta é simples: sair da rotina e descobrir, em um bate-volta, o que há de mais autêntico na mesa baiana.

Camarão à milanesa em Maragogipe

A 138 km de Salvador, o Apollônio Bar Restaurante, localizado no bairro do Cajá, às margens do Rio Paraguaçu, é uma das referências gastronômicas do Recôncavo. O proprietário João Neto explica que o camarão à milanesa é o carro-chefe da casa, desde sua abertura, em 2001.

“Um dos carros chefe aqui é o camarão à milanesa. Esse prato é um camarão empanado com nosso feijão tropeiro, específico para ser degustado com frutos do mar, e um molho especial feito aqui no restaurante”, conta.

Além do prato principal, o restaurante também é conhecido pela carne de fumeiro maragogipana, servida com feijão, farofa e salada.

“Nosso restaurante tem um cardápio vasto. É servido desde proteínas como carne, frango, carne do sol… a carne de fumeiro maragogipana também é um dos nossos carros chefe, é servida com feijão, farofa e salada. Outro petisco nosso que é muito vendido, é nossa batata frita saborizada com carne do sol ou carne de fumeiro”, completa o empresário.

Salada de peguari em Madre de Deus

Em Madre de Deus, cidade a cerca de 1h30 de Salvador e cercada por mar e manguezais, o peguari é o molusco de água doce conhecido por seu tamanho avantajado, rusticidade e enorme capacidade de limpeza que dá origem a uma das receitas mais curiosas do litoral baiano. A salada de peguari combina o sabor com temperos frescos e acompanhamentos leves, resultando em um prato refrescante e marcante.

Servida em bares e restaurantes à beira-mar, a salada é um símbolo da culinária local e aparece como entrada em pratos de frutos do mar. A iguaria também é valorizada por pescadores e cozinheiros da região, que mantêm viva a tradição de aproveitar os frutos do mangue em preparos típicos.

Bacalhau na Telha em Valença

Em Valença, a cerca de 120km de Salvador, a Taberna do Portuga é um dos endereços mais conhecidos por quem busca sabores portugueses na Bahia. O chef Vitor Bastos destaca o Bacalhau na Telha como um dos pratos mais pedidos da casa.

“Ele é preparado com um lombo generoso de bacalhau, selado na grelha, crocante por fora e suculento por dentro, regado com bastante azeite de oliva, alho crocante, cebola e pimentões assados acompanhado de batatinhas ao murro”, explica.

A casa também oferece outros pratos típicos, como arroz de pato, leitão à bairrada e polvo à lagareiro, além de uma seleção de vinhos portugueses. O ambiente remete às tascas tradicionais de Portugal, com decoração rústica e atendimento familiar.

Moqueca de escabeche em Valença

Ainda em Valença, o Restaurante Peralta, com 24 anos de história, é conhecido pela moqueca de escabeche de robalo com camarão, prato que ganhou destaque após ser indicado por moradores e vencer disputas gastronômicas.

Localizado às margens da BA-001, entre Valença e Itaperoá, o restaurante é procurado por quem busca uma moqueca bem servida, preparada com quiabo e molho encorpado. Segundo o estabelecimento, a moqueca de camarão segue como campeã de pedidos, mas o escabeche tornou-se uma das opções mais elogiadas do cardápio.

Moqueca de camarão com queijo em Mata de São João

Em Mata de São João, a pouco mais de 1h de Salvador, a moqueca de camarão com queijo se destaca pela combinação inusitada entre o azeite de dendê e o toque cremoso do queijo derretido. A receita conquistou turistas e moradores, tornando-se uma das mais procuradas por quem visita as praias do Litoral Norte.

O prato é servido em diferentes restaurantes da cidade e costuma vir acompanhado de arroz branco, farofa e pirão. Além da versão com queijo, as casas locais oferecem moquecas tradicionais, como as de peixe, siri e camarão, mantendo o sabor autêntico da culinária baiana.

Um destes é o Restaurante Sombra da Mangueira, que como o nome sugere, fica sob a sombra de uma enorme mangueira às margens da Linha Verde, em Diogo, a pouco mais de uma hora de Salvador. No cardápio há ainda polvo, caranguejo e camarão.

Bacalhau do Chef em Itaparica

Na Orla de Itaparica, a pouco mais de uma hora da capital baiana, o Restaurante Águas Marinhas combina vista para o mar e culinária inspirada na cozinha mediterrânea. O estabelecimento combina criatividade, sabor, qualidade e hospitalidade em um ambiente acolhedor, com vista para o mar da Ilha de Itaparica.

“O Bacalhau do Chef é um filé de bacalhau feito na chapa, flambado no azeite doce com pimentão amarelo, tomate, cebola e azeitona”, afirma Monica Brito, proprietária do estabelecimento. Natural de Recife, ela visitou Itaparica em 1990 e decidiu viver na região.

O local funciona todos os dias, das 11h às 22h, com opções à la carte e ambiente familiar. Além dos pratos de bacalhau, o restaurante também serve pizzas e frutos do mar, atraindo turistas e moradores em busca de boa comida com vista privilegiada.

Carne de sol com macaxeira frita em Candeias

Em Candeias, na Região Metropolitana de Salvador, o Restaurante Recanto do Sabor é um dos destaques entre os visitantes que procuram comida regional. O prato mais pedido é a carne de sol com macaxeira frita, servida com feijão verde, farofa e vinagrete. O ambiente familiar e as apresentações de música ao vivo nos fins de semana tornaram o espaço uma parada obrigatória.

A combinação da carne de sol com a macaxeira frita é um clássico sertanejo que ganhou espaço no Recôncavo. O preparo cuidadoso, com ingredientes locais, preserva o sabor original do prato, oferecendo uma experiência que une simplicidade e tradição.