5 motivos para conhecer o Capão: destino alternativo na Chapada Diamantina
Vila baiana se destaca pela beleza natural, turismo consciente e experiências culturais únicas

No coração da Chapada Diamantina, na Bahia, o Vale do Capão é um destino alternativo para quem busca contato com a natureza, espiritualidade e uma atmosfera de tranquilidade. A região, situada entre montanhas e rios, vem passando por uma transformação notável nos últimos anos, tanto no perfil dos turistas quanto na infraestrutura e na dinâmica local.
Situado no distrito de Caetê-Açu, o Vale do Capão pertence ao município de Palmeiras, na região norte do Parque Nacional da Chapada Diamantina. Cerca de 470 quilômetros separam a capital baiana do Capão, que está a 1.000 metros de altitude, entre as Serras do Candombá, a Serra da Larguinha e o Morro Branco. O acesso mais comum se dá através da BR-324 (até o município baiano de Feira de Santana), depois seguindo pela BR-116 e BR-242.
Transformações no turismo e mudança de perfil dos visitantes
Emmanuel Requião, proprietário da tradicional Pousada do Capão e morador do local há mais de 40 anos, diz que houve um crescimento expressivo no número de turistas brasileiros visitando a vila. Ele observa que, atualmente, o público é mais bem mais diversificado e merecem destaque os visitantes oriundos de cidades da própria região, como Irecê, Barreiras e Seabra.
Para Robério Dias, dono do Hotel Lendas do Capão, o fluxo turístico é exponencial e a essência do turista mudou com o tempo. “Inicialmente, o visitante estava aberto a experienciar o que o Capão tem na sua essência, a conexão do eu com a natureza”, pontuou o hoteleiro.
Essa busca por experiências autênticas ainda se mantém, mas agora é acompanhada por uma maior diversidade de perfis. “Hoje, o perfil é turismo diversificado, mas ainda tem a essência da busca espiritual”, afirmou.
Infraestrutura e profissionalização do turismo local

Nos últimos dez anos, a infraestrutura turística da vila evoluiu muito e Emmanuel destaca que há mais opções de hospedagem e alimentação, além de guias mais preparados e maior facilidade de acesso, incluindo a pavimentação que está sendo feita da estrada entre a sede do município de Palmeiras e o distrito de Caeté-Açu, no Vale do Capão.
“O turismo na região amadureceu muito […] o turismo se profissionalizou mais”, avaliou.
Além dessas mudanças no perfil dos visitantes, a especulação imobiliária e o aumento de moradores temporários após a pandemia de Covid-19 trouxeram novos desafios à vila, com população fixa estimada em pouco mais de 3 mil habitantes. “O Capão mudou muito nos últimos 15 anos com o início da especulação imobiliária e a partir da Covid-19. O Capão ganhou muitos habitantes além dos temporários”, pontuou Robério Dias.
Capão se diferencia pela natureza, cultura e energia única

Diferente de destinos mais conhecidos e visitados, como Lençóis e Mucugê, o Capão preserva um ambiente mais rústico, com forte integração com a natureza. “Temos a vila com suas lojas, bares, restaurantes e vida noturna, mas, na maioria do tempo, estamos no campo, mais próximo da natureza”, explicou Emmanuel.
O empresário Robério Dias complementa destacando os aspectos culturais e naturais do lugar: “O Capão se distingue na riqueza da cultura e arte, na formação de artistas através do circo, e atraindo talentos do mundo inteiro […] E o que mais se distingue das outras localidades é a tal da energia que no Capão é diferente”, reforçou.
Essa energia especial, segundo Robério, se explica pela geologia do lugar:
“As montanhas são repletas de quartzo de cristal e muitos diamantes, sendo um dos solos mais antigos do planeta com 1,8 bilhão de anos”.
Os 5 motivos para conhecer o Capão

1. Beleza Natural
O Vale do Capão é cercado por alguns dos cenários mais deslumbrantes da Chapada Diamantina. Entre os atrativos estão as cachoeiras da Fumaça, Purificação e Angélica, além de trilhas que oferecem vistas panorâmicas únicas. A paisagem é um convite permanente à aventura e também à contemplação.
2. Atmosfera Única
Mais do que um lugar turístico, o Capão é um refúgio espiritual e emocional. Com uma energia mística, leve e acolhedora, o vilarejo atrai pessoas em busca de paz interior, conexão com a natureza e integração com a comunidade. É comum ouvir visitantes dizerem que “a energia do Capão é diferente”, sentimento compartilhado por quem vive e trabalha ali.
3. Cultura Local
O Capão pulsa cultura. A presença de artistas, músicos, artesãos e terapeutas alternativos contribui para a construção de uma identidade singular. O circo local, por exemplo, é um polo de formação artística que atrai talentos de diversas partes do mundo. Tradições populares e saberes ancestrais também permanecem vivos na rotina da vila.
4. Gastronomia Autêntica
A culinária caponense combina ingredientes locais para dar origem a receitas criativas. O famoso pastel de jaca é um dos pratos mais procurados pelos visitantes, refletindo a mistura entre o regional e o alternativo. Restaurantes e pizzarias oferecem desde pratos típicos até opções veganas e internacionais, mostrando a diversidade e autenticidade da gastronomia local.
5. Contato com a Natureza e Ecoturismo
Com trilhas acessíveis, banhos de rios, cachoeiras e observação da fauna e flora, o Capão é ideal para quem busca o ecoturismo de forma sustentável. Além das atividades ao ar livre, o visitante tem a chance de viver uma imersão completa na natureza e em práticas alternativas como yoga, meditação e terapias naturais.
Passeando pela história do Vale do Capão
A vila de Caeté-Açu, no Vale do Capão, surgiu com a descoberta das jazidas de diamante da Chapada Diamantina e cresceu com o desenvolvimento da mineração local. A vila produzia café, reunia basicamente famílias de mineradores e fornecia alimentos para os trabalhadores da região.
A queda do garimpo e a erradicação dos cafezais trouxeram impactos à região e, posteriormente, o Vale se tornou refúgio de pessoas que vinham de diversas partes do Brasil que por ali passavam e se encantavam com a beleza e energia do lugar.
A origem do município de Palmeiras, que abriga a Vila de Caeté-Açu, remonta aos anos de 1815 a 1819, quando o senhor de terras e escravos da época das províncias, o sargento-mor Francisco José da Rocha Medrado, iniciou uma fazenda de café batizada de Fazenda Palmeiras.
Em 23 de dezembro de 1890, Palmeiras é elevada à categoria de vila. Em 1930, a Vila de Palmeiras conquista a condição de cidade e passa ase chamar apenas Palmeiras.
Entre 1951 e 1952, houve uma acentuada queda da mineração em paralelo à ascensão da produção de cristal, o que provocou um grande movimento de saída da região para o estado de São Paulo, fazendo a economia da região também declinar.
Entre o final da década de 70 e início dos anos 80, o Vale se tornou um ponto de encontro de pessoas alternativas vindas de vários estados do Brasil e do exterior. Foram fundadas comunidades alternativas, com foco na convivência em grupo, naturismo e o espiritualismo.
Não é à toa que o Vale do Capão é um destino turístico singular na Chapada Diamantina. Nesse santuário ecológico, os visitantes buscam o equilíbrio entre corpo e alma, a partir da natureza exuberante da região e também da prática de terapias holísticas e alternativas.
Fontes: Universidade Federal da Bahia / Yann Pellisier – O Paradoxo do Turismo no Vale do Capão
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