O Ilê Aiyê, primeiro bloco afro do Brasil, anunciou, na manhã desta sexta-feira (17), as 15 finalistas que disputarão o cobiçado título de Deusa do Ébano 2025. A eleita será coroada no dia 15 de fevereiro, durante a 44ª edição da Noite da Beleza Negra, evento que acontecerá na Senzala do Barro Preto, sede do bloco, no bairro Curuzu, em Salvador. O concurso é um marco da luta pela valorização da mulher negra e celebra a ancestralidade e a cultura afro-brasileira.

A atual rainha Larissa Valéria Sá Sacramento passará a coroa para a vencedora, que será a protagonista do desfile do Ilê Aiyê no Carnaval de Salvador. O bloco comemorará 50 anos de história com o tema “Kenya: Berço da Humanidade”, homenageando as raízes africanas que inspiram sua trajetória.

Finalistas da Deusa do Ébano 2025

Confira as 15 candidatas que competem pelo título, cada uma trazendo histórias de resistência, inspiração e conexão com suas ancestralidades:

Adriane Silva e Silva

• Idade: 19 anos
• Bairro: Liberdade, Salvador
• Profissão: Administradora
• Trajetória no concurso: Primeira vez
• Motivação: Porque representa minha história, minha ancestralidade, meus antepassados”

Camila Cruz Silva

• Idade: 33 anos
• Bairro: Subúrbio Ferroviário, Salvador
• Profissão: Trabalha com estética afro
• Trajetória no concurso: Quarta vez
• Motivação:  “Por representatividade, mostrar que a gente pode. É uma realização não só do meu sonho, mas da minha ancestralidade, é trazer toda essa história que minha mãe não conseguiu e que hoje eu estou conseguindo”

Caroline Lopes dos Santos

• Idade: 31 anos
• Bairro: Plataforma, Salvador
• Profissão: Estudante de Pedagogia e auxiliar de classe
• Trajetória no concurso: Segunda vez
• Motivação: “Porque a história do Ilê Aiyê é o que me representa, é o que eu vivo. Não tem como se falar da história sem vivência, e o Ilê traz essa minha vivência”

Cecilia da Silva Santos

• Idade: 34 anos
• Bairro: Garcia, Salvador
• Profissão: Consultora de imagem e personal stylist
• Trajetória no concurso: Quinta vez
• Motivação: “Eu acredito que eu sou o símbolo dessa transformação da mulher negra na sociedade. O Ilê Aiyê me inspirou a defender os meus valores, defender a minha história em qualquer espaço que eu pudesse pisar”

Isis Renata do Espírito Santo Dantas Nascimento

• Idade: 29 anos
• Bairro: Engomadeira, Salvador
• Profissão: Fisioterapeuta
• Trajetória no concurso: Segunda vez
• Motivação: “É um ato político de transformação da nossa sociedade, empoderamento da mulher preta, afirmação da nossa cultura, da nossa identidade e a exaltação dessa beleza, além de reverenciar os nossos ancestrais”

Ivana Muniz Paixão

• Idade: 33 anos
• Cidade: Lençóis, Chapada Diamantina
• Profissão: Dançarina, afro empreendedora e guia de turismo
• Trajetória no concurso: Terceira vez
• Motivação: É importante levar esse título de Deusa do Ébano para o interior da Bahia, para que as mulheres e crianças acreditem na sua potência, força e beleza. Há muitos anos, o manto sagrado só fica aqui em Salvador, esse ano estou aqui pra levar para o interior da Bahia”

Lorena Xavier Silveira Bispo

• Idade: 22 anos
• Bairro: Itapuã, Salvador
• Profissão: Dançarina, escritora e comunicadora
• Trajetória no concurso: Segunda vez
• Motivação: “É um lugar de representatividade, onde eu trago a minha história. O Ilê é uma instituição de mecanismo social, político, cultural e artístico. Então, o meu compromisso enquanto Deusa do Ébano é dar continuidade e zelar por isso”

Maria Victoria de Souza Conceição

• Idade: 19 anos
• Bairro: Federação, Salvador
• Profissão: Digital influencer
• Trajetória no concurso: Primeira vez
• Motivação: “Para deixar a força, tanto para as outras mulheres negras quanto para aquelas que ainda virão a nascer, a história, e mostrar que o lugar da mulher preta é onde ela quiser fazendo o que ela quiser”

Nayara Amanda Guimarães Temporal Costa

• Idade: 33 anos
• Cidade: Recife, Pernambuco
• Profissão: Dançarina e instrutora de Mat Pilates
• Trajetória no concurso: Segunda vez
• Motivação: “Pelo meu amor à dança, a essa dança da África que o Ilê traz. É muito difícil a gente falar do continente africano e o Ilê conta a história do continente africano, e eu me identifico muito com isso”

Rafaela Rosa Silva Oliveira

• Idade: 29 anos
• Bairro: Barra, Salvador
• Profissão: Pedagoga
• Trajetória no concurso: Quarta vez
• Motivação: “Porque além de ser uma representação, não só pra mim, mas para minha comunidade, trazendo a representação não só da dança, não é só um concurso estético. Ele é político”

Stephanie Ingrid Silva Souza de Deus

• Idade: 23 anos
• Bairro: Santa Cruz, Salvador
• Profissão: Artista e educadora
• Trajetória no concurso: Segunda vez
• Motivação: “Eu já me vejo nesse lugar de destaque, de fala. Para além da dança, eu quero inspirar e representar mulheres e crianças negras a também se verem neste lugar”

Tainã Santana Vieira

• Idade: 31 anos
• Bairro: Lapinha, Salvador
• Profissão: Psicóloga
• Trajetória no concurso: Terceira vez
• Motivação: “Eu tenho uma filha de cinco anos, então é muito mais por essa questão de representatividade pessoal, dentro de casa. Essa construção enquanto criança negra, para quando crescer, se reconhecer enquanto mulher negra”

Thuane Vitória Pereira Santana

• Idade: 27 anos
• Bairro: Fazenda Grande do Retiro, Salvador
• Profissão: Cuidadora de idosos
• Trajetória no concurso: Terceira vez
• Motivação: “Para mim é um resgate ancestral, uma realização do sonho em memória da minha mãe, e das minhas filhas hoje. É me impor perante a sociedade, esse título traz para a gente esse empoderamento enquanto mulher preta”

Wania Souza de Lima dos Santos

• Idade: 35 anos
• Bairro: Cidade Nova, Salvador
• Profissão: Educadora social em dança e pedagoga em formação
• Trajetória no concurso: Primeira vez
• Motivação: “Tem uma frase que Vovô [do Ilê] citou muito, que era ‘vão fazer você lembrar que você é preto da pior forma possível’ e eu senti isso na pele. Não é isso que eu quero para mim, para minha filha e para as crianças que eu ensino enquanto artista e educadora”

Yasmin Maria Santos da Silva

• Idade: 19 anos
• Bairro: Itapuã, Salvador
• Profissão: Vendedora de veículos
• Trajetória no concurso: Primeira vez
• Motivação: “Tem uma representatividade muito grande na minha família. É expressar a minha voz negra para que outras mulheres acreditem que elas têm um lugar no mundo”