Em apuração de tirar fôlego, Rosas de Ouro leva título do Carnaval de São Paulo 2025

Com enredo que abordou universo dos jogos e da sorte, escola de samba conquista seu 8º título com desfile vibrante e decisão no último quesito


Redação
Estadão Conteúdo e Redação 05/03/2025 11:36 • CarnavalCultura
Em apuração de tirar fôlego, Rosas de Ouro leva título do Carnaval de São Paulo 2025 - Reprodução/Instagram @rosasdeouro

A Rosas de Ouro é a grande campeã do Carnaval de São Paulo 2025. Em uma apuração emocionante, a escola garantiu seu oitavo título no Grupo Especial ao somar 268,8 pontos, com a vitória sendo definida apenas na leitura da última nota. O resultado consagra a tradicional agremiação da Freguesia do Ó, que não vencia desde 2010.

Com um desfile luxuoso e vibrante, a Rosas de Ouro apostou em um enredo que abordou o universo dos jogos e da sorte. Desde a comissão de frente, que representou uma máquina caça-níquel em movimento, até o último carro alegórico, com personagens icônicos como Mário e Luigi, o desfile foi marcado por cores metálicas, inovação e muita interatividade com o público.

Apuração acirrada: emoção até o fim

A disputa pelo título foi acirrada do início ao fim. A cada quesito revelado, a liderança alternava entre Rosas de Ouro, Acadêmicos do Tatuapé e Gaviões da Fiel. No entanto, a nota máxima no último critério, “Evolução”, garantiu a vitória à escola da Zona Norte. A Tatuapé ficou com a segunda colocação, seguida por Gaviões da Fiel, Mocidade Alegre e Camisa Verde e Branco.

As cinco melhores colocadas voltam ao Sambódromo do Anhembi no sábado, 8 de março, para o tradicional Desfile das Campeãs. O evento promete repetir a emoção e o espetáculo do Carnaval paulistano, reunindo as escolas que mais se destacaram na avenida.

Por outro lado, Mancha Verde e Unidos do Tucuruvi tiveram os piores desempenhos. As duas agremiações ficaram na 14ª e 13ª posições, respectivamente, e foram rebaixadas para o Grupo de Acesso I em 2026. A bicampeã Mancha Verde apresentou o enredo “Bahia, da Fé ao Profano”, destacando a fusão entre as tradições religiosas e as festas populares da Bahia.

Desfile vencedor: jogos, sorte e criatividade

Com o enredo “Rosas de Ouro em uma Grande Jogada”, a escola explorou a relação da sociedade com jogos de azar e estratégia. A comissão de frente encantou ao simular um gigantesco caça-níquel em movimento, enquanto alas temáticas abordaram desde clássicos de tabuleiro como xadrez até o universo dos videogames.

Entre os destaques, estavam personagens célebres como Mário e Luigi, que representaram a sorte e a aventura. O quarto e último carro alegórico trouxe um cassino em plena avenida, com detalhes dourados e elementos interativos que conquistaram o público e os jurados.

“Essa vitória é para nossa comunidade, que trabalhou incansavelmente para colocar esse sonho na avenida”, disse a presidente da Rosas de Ouro em entrevista após a apuração.

Segundo dia de desfiles: cultura afro e desafios técnicos

O segundo dia de desfiles do Grupo Especial, que ocorreu da noite de sábado (1º) até a manhã de domingo (2), também foi marcado por momentos de emoção, valorização da cultura afro-brasileira e falhas técnicas em carros alegóricos.

A Águia de Ouro abriu os trabalhos com o enredo “Em Retalhos de Cetim, a Águia de Ouro do Jeito que a Vida Quer”, homenageando o cantor Benito Di Paula. No entanto, a escola enfrentou problemas com dois carros alegóricos, o que pode ter comprometido sua pontuação em harmonia.

A Império de Casa Verde apresentou “Cantando Contos: Reinos da Literatura”, trazendo personagens clássicos como Hermione Granger e Visconde de Sabugosa, além de explorar dualidades como bem e mal.

Já a Mocidade Alegre teve dificuldades com seu último carro alegórico, que enfrentou falhas mecânicas e precisou ser empurrado por dezenas de componentes. Apesar disso, a escola emocionou com seu enredo “Quem Não Pode com Mandinga Não Carrega Patuá”, destacando a força dos amuletos na cultura brasileira.

Outro momento marcante veio com a Gaviões da Fiel, que abordou a mitologia africana em seu enredo “Irin Ajó Emi Ojisé”. A rainha de bateria, Sabrina Sato, brilhou em uma fantasia inspirada na Rainha de Todos os Ritmos, arrancando aplausos do público.

A Acadêmicos do Tucuruvi trouxe uma forte mensagem de resgate cultural com “Assojaba – A Busca pelo Manto”, destacando o retorno do manto sagrado Tupinambá ao Brasil após 300 anos na Europa.

A Estrela do Terceiro Milênio se destacou com o enredo “Muito Além do Arco-Íris”, abordando a luta contra o preconceito da comunidade LGBTQIA+. A escola teve a única mulher intérprete do Carnaval paulistano em 2025, Grazzi Brasil, que emocionou com sua potência vocal.

Encerrando os desfiles, a Vai-Vai prestou uma homenagem ao dramaturgo Zé Celso Martinez com “O Xamã Devorado e a Deglutição Bacante de Quem Ousou Sonhar Desordem”. Com 30 alas, o desfile foi grandioso, mas gerou preocupação por eventuais perdas de pontos devido aos espaços entre os setores.

Expectativas para próximo Carnaval

Com o encerramento do Carnaval 2025, as escolas já começam a pensar no próximo ano. A Rosas de Ouro, agora octacampeã, promete mais inovação e emoção para defender seu título em 2026, enquanto as rebaixadas Mancha Verde e Unidos do Tucuruvi buscam a retomada ao Grupo Especial. O Carnaval de São Paulo segue consolidando sua importância cultural e social, unindo tradição, crítica e espetáculo em noites inesquecíveis no Sambódromo do Anhembi.

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