Construção de passarela para ambulantes durante Carnaval de Salvador volta a ser alvo de críticas

Em nota ao Portal M!, Semop negou impactos e informou que, em 2025, será ampliada no trecho entre Morro do Cristo e Farol da Barra


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Matheus Calmon 22/01/2025 16:43 CarnavalCidades
Construção de passarela para ambulantes durante Carnaval de Salvador volta a ser alvo de críticas - Jefferson Peixoto/PMS

A passarela construída na Barra para abrigar ambulantes durante o Carnaval de Salvador, voltou a enfrentar críticas neste ano. O equipamento, utilizado pela primeira vez no ano passado, foi projetado para proteger os materiais dos vendedores em momentos de maior movimento e garantir um espaço reservado para os profissionais.

Neste ano, o espaço começou a ser montado em 4 de janeiro. No entanto, um vídeo que circula nas redes sociais nesta quarta-feira (22), mostra um transeunte apontando que a estrutura estaria prejudicando a faixa de areia, gerando polêmica antes mesmo do início da festa.

Brincadeira isso aqui que estão fazendo na faixa de areia, destruindo tudo, comerciantes já ‘amassados’. Destruindo mesmo a faixa de areia. Está tudo errado isso aqui“, diz o homem.

O vídeo mostra a faixa de areia da praia sendo cavada para a colocação de uma estrutura de ferro. Confira:

Semop nega impactos e diz que passarela será ampliada

Em nota ao Portal M!, a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), responsável pela instalação, informou que, neste ano, a passarela terá uma ampliação e estará presente no trecho entre o Morro do Cristo e o Farol da Barra. Com a ampliação, o número de ambulantes que poderão atuar no espaço salta de 320, em 2024, para 400, em 2025.

O órgão também informou que tem trabalhado incansavelmente para garantir que os ambulantes possam exercer suas atividades de forma segura, organizada e dentro da legalidade, especialmente no Carnaval 2025.

“A implantação do 4º trecho da Plataforma dos Ambulantes reforça nosso compromisso com a valorização desses trabalhadores e o respeito ao meio ambiente”, diz o comunicado.

A Semop afirma ainda que, para viabilizar este novo trecho da plataforma, foi necessário realizar um trabalho técnico que incluiu escavação mecanizada na areia da praia, a uma profundidade de aproximadamente 1,10 metros, em uma faixa próxima à contenção de alvenaria de pedra e concreto já existente no local. “Essa base é essencial para garantir a segurança e estabilidade da estrutura, que atenderá os ambulantes de forma adequada”.

Meio ambiente não foi agredido

A Semop garante ainda que nenhuma agressão ao meio ambiente foi constatada durante a execução do serviço.

“A área onde as escavações foram realizadas não apresentou qualquer sinal de fauna ou flora que necessitasse de preservação especial. Além disso, já iniciamos a reposição total do volume de areia escavado, conforme mostram registros fotográficos e vídeos disponíveis para consulta”, diz o comunicado.

Relembre a história da passarela

No ano de estreia, o equipamento foi montado atrás da balaustrada entre o Farol da Barra e o Barra Center como uma extensão do calçadão da praia. Por medidas de segurança, só foi liberada a utilização do local para dois ambulantes por isopor. Os trabalhadores também foram autorizados a circular pelo circuito com isopores menores para comercializar os produtos.

Ao ser anunciada, a passarela foi alvo de críticas e o Ministério Público da Bahia (MP-BA) chegou a recomendar a desmontagem da passarela. Por meio da promotora de Justiça Cristina Seixas Graça, o órgão recomendou ainda que, mesmo quando os órgãos competentes liberassem o uso das estruturas, todas as medidas recomendadas fossem observadas “para a garantia da segurança e da integridade física de trabalhadores e transeuntes que por ela circularão durante as festividades”.

A recomendação levou em consideração pareceres técnicos favoráveis ao tombamento das balaustradas da Barra, que indicam também a importância de que os órgãos específicos da Prefeitura Municipal de Salvador realizassem uma maior fiscalização das obras e intervenções nas balaustradas, garantindo a estabilidade e conservação do conjunto arquitetônico.

Foram consideradas ainda vistorias realizadas pelo MP, por meio do Núcleo de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultura (Nudephac), no dia 30 de janeiro, e da Central de Apoio Técnico (Ceat), dia 31, que detectaram irregularidades da estrutura da plataforma que está atrelada a balaustrada, “dentre outros problemas técnicos e construtivos com o potencial de causar riscos de dano”.

Dias depois, após nova inspeção, o MP constatou permanência de irregularidades. Segundo o arquiteto do MP, Alexandre Matos, apesar de terem sido acolhidas algumas sugestões realizadas na última inspeção, problemas estruturais como utilização de pregos na fixação dos compensados de acabamento ainda foram mantidos, o que, segundo o profissional, traria sérios riscos de corte dos pés dos ambulantes.

Corpo de Bombeiros liberou equipamento

Posteriormente, o Corpo de Bombeiros realizou nova fiscalização e liberou o uso da passarela. Em nota, o órgão informou que a equipe do Comando de Segurança Contra Incêndio (CSCI) realizou nova vistoria e foi observado que os itens de segurança, referentes à prevenção de incêndio e pânico, estavam dentro das normas.

Após a folia, o prefeito Bruno Reis (UB) declarou que a plataforma “foi um verdadeiro sucesso”. “Muitos achavam que eu iria recuar e que não iria implementar [a plataforma], mas quando eu tenho convicção que é o melhor, doa a quem doer, a gente faz e no final tinha certeza que todos iam estar satisfeitos e que era mais um produto, mais uma inovação que veio para ficar”, declarou o gestor.

Na ocasião, ele já havia dito que a passarela “veio para ficar”: “Em relação aos ambulantes volto a dizer que nunca na história dessa cidade eles tiveram um tratamento tão especial como foi nesse Carnaval”, disse.

Quem também defendeu a passarela foi o presidente da Associação Integrada de Vendedores Ambulantes e Feirantes e Microempreendedores de Salvador e Região Metropolitana (Assidivan), Rosemário Lopes. Segundo ele, alguns ambulantes podem ter tido “receio”, por ser algo novo:

“Eu acredito que alguns ambulantes ficaram com receio por ser algo novo. No próximo ano, tenho certeza que a briga vai ser para trabalhar no local. Na verdade, o que nós da Assidivan queremos é que ideias como essas sejam expandidas para outros setores do Carnaval, para que os ambulantes fiquem protegidos. É isso que a gente quer. Na estrutura, os ambulantes têm todos os equipamentos protegidos, além de mais espaço para eles e também para os foliões. É a política do ganha-ganha”, afirmou.

“Vamos buscar soluções como essas para melhorar cada dia mais a vida desses trabalhadores que saem antes de a programação começar e só voltam para casa Quarta-Feira de Cinzas, fazendo um trabalho com muita dignidade”, completou Lopes.

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