Acordo Mercosul-União Europeia deve aumentar comércio entre Brasil e UE em R$ 94,2 bilhões
Impacto estimado sobre o Produto Interno Bruto (PIB) é de R$ 37 bilhões, equivalente a 0,34% da economia brasileira
O governo federal anunciou, nesta sexta-feira (6), que o acordo de livre comércio firmado entre Mercosul e União Europeia (UE) deve incrementar o fluxo comercial entre Brasil e o bloco europeu em R$ 94,2 bilhões, um aumento de 5,1% em relação ao atual volume. O impacto estimado sobre o Produto Interno Bruto (PIB) é de R$ 37 bilhões, equivalente a 0,34% da economia brasileira. As informações são da Agência Brasil.
Redução tarifária e impacto gradual até 2044
A redução das tarifas de importação será implementada de forma gradual, com projeções de impacto econômico até 2044. Estima-se um aumento de R$ 42,1 bilhões nas importações provenientes da UE e um acréscimo de R$ 52,1 bilhões nas exportações brasileiras para o bloco.
O governo prevê também a chegada de R$ 13 bilhões em novos investimentos no Brasil, um crescimento de 0,76%, além de uma redução de 0,56% nos preços ao consumidor e um aumento de 0,42% nos salários reais.
União Europeia é o segundo maior parceiro comercial do Brasil
A União Europeia é atualmente o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Em 2023, as transações com o bloco europeu representaram 16% do comércio exterior brasileiro.
O professor Giorgio Romano Schutte, especialista em relações internacionais e membro do Observatório da Política Externa do Brasil (Opeb), avaliou o acordo como mais equilibrado que o negociado em 2019, destacando as salvaguardas para proteger a indústria automotiva brasileira.
“Mas isso vai depender do governo de plantão, se ele vai usar ou não o poder de salvaguarda”, observou.
Cotas e prazos para redução das tarifas do Mercosul
A redução das tarifas do Mercosul para a UE será escalonada, com prazos que variam entre 4 e 15 anos, podendo chegar a até 30 anos para veículos eletrificados e tecnologias avançadas.
Por outro lado, a UE adotará períodos de 4 a 12 anos para redução tarifária, dependendo do produto. Produtos agrícolas e agroindustriais brasileiros terão cotas definidas, com tarifas cheias aplicadas acima dos limites estabelecidos. Esses itens incluem carne suína, etanol, açúcar, arroz, mel, milho, sorgo e queijos.
Na avaliação de Giorgio Romano Schutte, essa é a principal assimetria do acordo. “No caso dos produtos industriais da União Europeia, eles entram sem cotas, sem restrições ao volume. E no caso dos produtos agrícolas do Mercosul, tem cotas”, disse.
“O impacto não é assim tão rápido. A geração de empregos deve demorar a dar resultados. Mas com esse acordo você aumenta o comércio. Além disso, com o acordo, aumenta o poder de negociação com a China e os Estados Unidos. Tem um elemento político também nesse acordo, para além do econômico. Agora, algumas poucas empresas brasileiras e do Mercosul vão conseguir aproveitar para fazer negócios na União Europeia, com certeza”, analisou o professor.
O Brasil exportou US$ 46,3 bilhões para a União Europeia em 2023:
- Alimentos para animais – 11,6%
- Minérios metálicos e sucata – 9,8%
- Café, chá, cacau, especiarias – 7,8%
- Sementes e frutos oleaginosos – 6,4%
- Ferro e aço – 4,6%
- Vegetais e frutas – 4,5%
- Celulose e resíduos de papel – 3,4%
- Carne e preparações de carne – 2,5%
- Tabaco e suas manufaturas – 2,2%
O Brasil importou US$ 45,4 bilhões da União Europeia em 2023:
- Produtos farmacêuticos e medicinais – 14,7%
- Máquinas em geral e equipamentos industriais – 9,9%
- Veículos rodoviários – 8,2%
- Petróleo, produtos petrolíferos – 6,8%
- Máquinas e equip. de geração de energia – 6,1%
- Produtos químicos orgânicos – 5,5%
- Máquinas e aparelhos especializados para determinadas indústrias – 5,3%
- Máquinas e aparelhos elétricos – 4,7%
- Materiais e produtos químicos – 3,6%
- Ferro e aço – 3,4%
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