A uma semana das eleições, cidades baianas têm cenário indefinido, apontam pesquisas

Às vésperas das eleições municipais de 2024, a análise das pesquisas de intenção de votos nos maiores municípios baianos se torna essencial para compreender o cenário político que se desenha. Com a proximidade do pleito, as campanhas se debruçam nos dados para uma análise aprofundada, com o objetivo de tentar prever o resultado das urnas no próximo domingo, dia 6 de outubro.

Barreiras

Em Barreiras, a disputa segue indefinida, segundo as últimas pesquisas. Tito (PT) e Danilo Henrique (PP) têm apresentado empate técnico. Na mais recente pesquisa, conduzida pelo Instituo Real Time Big Data e divulgada em 16 de setembro, Danilo aparece com 31% das intenções de voto, contra 28% de Tito. Otoniel Nascimento (União Brasil), candidato do atual prefeito, figura em terceiro lugar com 24% das intenções. Davi Schmidt (Novo) registra 1%.

Os votos de Davi são considerados cruciais para aumentar as chances de Danilo Henrique na disputa. Vale ressaltar que Otoniel tem apoio do atual prefeito e do PL, partido de Jair Bolsonaro. Na cidade, o ex-presidente teve mais de 40% dos votos em 2022, um dos resultados mais expressivos no estado.

Já sobre Tito, o levantamento sugere que tende a conseguir os votos dos eleitores de menor renda, menos instrução e mais atendidos pelo Bolsa Família, além do eleitorado que votou no governador Jerônimo Rodrigues (PT).

Feira de Santana

Em Feira de Santana, o Instituto AtlasIntel aponta cenário indefinido. Pesquisa divulgada em 25 de setembro indica redução na diferença das intenções de voto para dois dos três candidatos.

José Ronaldo (União Brasil), aliado do atual prefeito Colbert Martins (MDB), tem 50,7% das intenções de voto e está empatado, dentro da margem de erro, com Zé Neto (PT), que tem 45%. Distante, Carlos Medeiros (Novo) tem 1,6%. Neste cenário, não haverá segundo turno e a disputa será decidida no próximo domingo.

Segundo o levantamento, José Ronaldo lidera entre eleitores que possuem apenas o ensino fundamental, enquanto Zé Neto tem a preferência dos que concluíram ou estão cursando o ensino médio. Nos bastidores, comenta-se que José Ronaldo herdou eleitores de Pablo Roberto (PSDB) e Capitão Alden (PL), que desistiram da disputa.

A pesquisa aponta ainda que o atual prefeito, Colbert Martins, tem 77% de rejeição entre os feirenses, o que explica o descolamento do seu aliado, José Ronaldo.

Camaçari

Mais recente cidade baiana apta a ter segundo turno, Camaçari tem cenário ainda indefinido. Luiz Caetano (PT) e Flávio Matos (União Brasil) lideram, com 45,3% e 37,2% das intenções de voto, respectivamente. Os dados são do Instituto Paraná Pesquisas, em pesquisa divulgada no dia 23 de setembro. Oswaldinho (MDB) chegou a 2,1% e Cleiton Pereira (Novo), a 0,7%. A disputa pode ser resolvida com os indecisos, que somam 9,6%.

O candidato do PT promete uma gestão alinhada com o governador Jerônimo Rodrigues e com o presidente Lula. Já Flávio tem como padrinho político o atual prefeito Antônio Elinaldo, que tem altos índices de reprovação.

Influências externas pesam

Professor e cientista político, Cláudio André ressalta que é necessário entender em que medida, na reta final, os candidatos serão capazes de atrair o voto dos indecisos. “Nesse sentido, pesa muito saber se há uma influência externa, sobretudo, em relação ao apoio de Lula e de Jerônimo e também de lideranças como o ex-prefeito ACM Neto”, ressalta.

Sobre Camaçari, Cláudio considera um caso emblemático. “A gente tem a disputa entre o sucessor de um prefeito que ficou duas vezes à frente do mandato e Caetano, que já foi deputado federal e também ocupou a prefeitura de Camaçari por duas vezes. Então, também é uma disputa em torno desse voto retrospectivo, quando você tem candidatos que já foram prefeitos e que retornam. Esse é um fenômeno muito comum nas eleições municipais”.

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