Prefeito nega denúncia de agentes de trânsito e pede para 'deixar política de lado'

Astram compara condições de trabalho 'análogas à escravidão' na Transalvador e Semob e promete fazer novo protesto nesta quinta

Por Raiane Veríssimo e Vivaldo Marques
08/05/2024 às 13h29
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Foto: Equipe M!
Foto: Equipe M!

O prefeito Bruno Reis (União Brasil) negou, na manhã desta quarta-feira (8), a denúncia feita pela Associação dos Servidores em Transporte e Trânsito de Salvador (Astram) e classificou como mais uma tentativa de 'politicagem' em ano eleitoral. O presidente da entidade, Luiz Bahia, comparou as condições de trabalho de agentes de trânsito como 'análogas à escravidão' na Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador) e na Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob).

"Vamos deixar a política de lado, gente. O sonho deles era ter um plano de cargos e salário. Nós aprovamos o plano de cargos e salários. Eles não queriam perder o plano de saúde da Promédica, um plano diferenciado. Inclusive, em relação aos demais servidores, nós pagamos a conta do reajuste do plano da Promédica", pontuou o prefeito ao Portal M! durante entrega de 62 novas viaturas da Transalvador no lançamento da campanha Maio Amarelo, no Farol da Barra.

O atendimento presencial na sede da Transalvador, nos Barris, foi suspenso desde o dia 8 de abril após desabamento de parte do prédio, em decorrência de um deslocamento de terra. O serviço foi retomado provisoriamente, no último dia 24, na sede do Serviço de Intermediação de Mão de Obra (Simm), no bairro do Comércio.

"Vocês sabem em relação à sede da Transalvador, diante das chuvas, teve um problema, a gente já identificou outro espaço, já foi locado. Esse espaço está sendo adaptado para que todos possam trabalhar em um local com conforto, tranquilidade e segurança, mas enquanto isso, nesses dois meses, a gente está tendo dificuldade de acomodação dos servidores. Agora, essa conversa, peraí, pelo amor de Deus", explicou Bruno Reis.

Astram

No entanto, em nota enviada ao Portal M! na segunda-feira (6), a Astram denunciou "jornadas extraordinárias obrigatórias, remuneração pífia pelo labor fora da escala ordinária, descontos nos salários como punição por alguma ausência nos dias em que são realizadas operações especiais de trânsito", além de déficit de agentes de trânsito nos dois órgãos municipais. Uma nova assembleia com servidores da Transalvador e da Semob foi marcada para esta quinta-feira (9) "para protestar contra essa situação denunciada e cobrar que a Prefeitura cumpra legislações vigentes no país".

Segundo Luiz Bahia, "os fatos em desconformidade com a legislação trabalhista" foram denunciados pela Astram ao Ministério Público do Trabalho (MPT) e a expectativa é que "o órgão possa investigar a situação e tomar providências devidas nas suas prerrogativas". O sindicalista afirmou ainda que os agentes de trânsito recebem apenas "R$ 12 pela hora trabalhada", cujo valor estaria "congelado há cerca de 12 anos" nas "referidas jornadas extraordinárias programadas para os finais de semana e sem qualquer informação prévia".

Confira entrevista:

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