Sindicato aponta que subnotificação de acidentes de trabalho chega a 85% na Bahia

Segundo sindicato, de janeiro a abril do ano passado, foram registrados 3.169 acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, com 24 óbitos

Por Bruna Ferraz
28/04/2024 às 15h00
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Foto: Reprodução/Foto ilustrativa/Elza Fiuza/Agência Brasil
Foto: Reprodução/Foto ilustrativa/Elza Fiuza/Agência Brasil

Neste domingo (28) é celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes de Trabalho, bem como o Dia Mundial de Prevenção de Acidentes e Doenças do Trabalho. A data rememora a necessidade de atenção para a garantia de um ambiente de trabalho seguro e saudável, seguindo as determinações da Organização Internacional do Trabalho (OIT).

O Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho da Bahia (Safiteba), contudo, denuncia existir uma falta de investimentos na Inspeção do Trabalho e na valorização da carreira precariza o serviço público. Isso, de acordo com a organização, promove a subnotificação dos dados.

Na Bahia, de janeiro a abril do ano passado, foram registrados 3.169 acidentes e doenças relacionadas ao trabalho, com 24 óbitos. Já entre 1° de janeiro e 18 de abril deste ano, foram apenas 565 acidentes, com três óbitos. A suposta queda, segundo aponta o Safiteba, está relacionada ao baixo número de auditores fiscais do trabalho em ação para realizar as inspeções. Atualmente, pouco mais de 50 estão em atividade em todo o Estado.

"A Inspeção vive uma grave crise. Com o descaso de governos anteriores, chegamos ao enorme nível histórico de AFTs em atividade.  Além disso, a carreira aguarda uma demonstração de valorização do atual governo que opta por atender reivindicações de algumas carreiras em detrimento de outras, demonstrando um desapreço pelos Auditores que operacionalizam políticas importantes, como a prevenção de acidentes de trabalho", afirmou Mário Diniz, vice-presidente do Safiteba.

Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde publicada pelo IBGE, em conjunto ao Ministério da Saúde, em 2015, já se estimava uma subnotificação de até 85%, dependendo do setor. Para o sindicato, essa constante queda dos registros, em um Estado que possui alta taxa de informalidade nas relações de trabalho, de acidentes e adoecimento laboral, reflete na desregulamentação da proteção dos trabalhadores. Diante disso, a organização cobra do governo o cumprimento de compromissos com a categoria, em prol de ambiente de trabalho seguro.

 

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