Alunos da UFBA protestam contra professor na sala de aula e exigem exoneração

O protesto aconteceu na Escola de Teatro da UFBA, no campus de Ondina

Por Bruna Ferraz
18/04/2024 às 17h31
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Foto: Reprodução/X
Foto: Reprodução/X

Na manhã desta quinta-feira (18), estudantes da Universidade Federal da Bahia (UFBA) realizaram uma manifestação contra o professor Paulo Lauro Nascimento Dourado, acusado de cometer assédio contra alunas.

O movimento, realizado no campus de Ondina, contou com cerca de 40 estudantes que entraram na sala de aula em que o profissional iria ministrar uma aula. Com cartazes nas mãos, os alunos gritavam palavras de ordem e pediam a exoneração do docente.

A ação foi filmada pelos próprios estudantes e os vídeos divulgados nas redes sociais. Nas imagens é possível ver o professor sentado, calado, olhando para os alunos. Ele tentou se pronunciar em um momento, mas foi impedido pelos manifestantes que disseram que a intenção era não deixar ele dar aula para os calouros. O docente nega as acusações.

Versão do professor

Em entrevista concedida ao Correio, Paulo Dourado afirmou que a denúncia foi feita por duas alunas há cerca de três anos, referente a uma aula realizada no início do semestre e que foi ministrada remotamente, pois era período de pandemia de Covid-19. Ainda segundo o seu relato, a UFBA iniciou um processo lento e burocrático que só foi finalizado em março de 2023, quando ele teve que assinar um Termo de Ajuste de Conduta no qual ele reconhecia, como funcionário público, que era obrigado a cumprir as normas de funcionalismo da convivência e da cordialidade.

Paulo Dourado afirmou que o processo foi extinto, pois não havia sido constada a veracidade daquele assédio moral e sexual. Apesar disso, o professor declarou também que o Termo de Ajuste de Conduta o obrigava a dar uma palestra "para não ficar sem acontecer nada".

Segundo o educador, toda a situação foi "completamente despropositada". Ele também declarou que "as pessoas se sentem ofendidas com qualquer coisa" e que não sabem diferenciar um crime de uma postura grosseira, ao que ele atribuiu à desinformação dos alunos.

O professor também creditou a denúncia à uma "militância equivocada". "Eu acho que há uma militância equivocada. Eu sou militante, sou criador do sindicato dos Artistas da Bahia. Eu sou militante, batalhei nas greves famosas da UFBA, dos anos 80, 90, então eu sou uma pessoa que entendo um pouco de militância, então eu acho que há uma militância equivocada e pessoal, como hoje, que eles se recusaram a me deixar falar. Como é que você vai querer democracia e justiça e não vai querer diálogo?", concluiu ao Correio.

Paulo Dourado

Paulo Lauro Nascimento Dourado é bacharel em Artes Cênicas e Direção Teatral e dá aula na Escola de Teatro da UFBA. O baiano é diretor de artes cênicas e tem mais de quarenta anos de carreira.

O professor já trabalhou em obras como: Projeto Teatro Popular Contemporâneo; Lídia de Oxum - Uma Ópera Negra, primeira ópera sinfônica criada na Bahia. Criou o grupo Los Catedrásticos e trabalhou nas obras Rio do Tempo, Mídia Poesia, Os Sertões Uma Viagem e A Paixão de Cristo, encenação que envolveu mais de duzentos profissionais e foi apresentada na Concha Acústica. 

Confira o vídeo:

 
 
 
 
 
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