ACM Neto diz vai ao Rio para tentar manter Petrobras em Salvador

ACM Neto vai nos próximos dias ao Rio de Janeiro para se reunir com o presidente da Petrobras e tentar rever decisão de fechar unidades na Bahia

Por Osvaldo Lyra
04/10/2019 às 21h17
  • Compartilhe

Presidente nacional do DEM, o prefeito ACM Neto disse, hoje, que vai nos próximos dias ao Rio de Janeiro para se reunir com o presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, e com o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, para tentar evitar o fechamento da Petrobras em Salvador. “Nós solicitamos através do deputado Paulo Azi (do DEM) uma audiência com o presidente da Petrobras e também com o ministro Bento para compartilhar com eles a nossa preocupação sobre o tema. Deve acontecer nos próximos dias. Estou tendo que compatibilizar com a minha agenda até porque a reunião com a Petrobras é no Rio de Janeiro, mas os trabalhadores têm a minha mais absoluta solidariedade. É fundamental para Salvador e para a Bahia (manter a Petrobras). Claro que é uma decisão do governo. A gente não sabe até que ponto eles podem voltar atrás. O que depender da nossa mobilização e do meu humilde apoio eu pretendo ajudar sim para evitar que 1,5 mil servidores concursados sejam transferidos, e 2 mil terceirizados sejam demitidos”, afirmou o gestor soteropolitano.

O diretor do Sindicato dos Petroleiros da Bahia (Sindipetro-BA), Radiovaldo Costa, disse que têm ocorrido demissões em massa na Petrobras no estado. Segundo ele, dois mil terceirizados que trabalham no edifício Torre Pituba em Salvador foram dispensados pela estatal. Além disso, conforme o sindicalista, aproximadamente 1,5 mil funcionários concursados serão transferidos para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. 

Costa afirma que a mudança dos servidores vai ocorrer em três etapas, que começa em novembro e vai até janeiro de 2020. Segundo ele, a intenção da Petrobras é devolver o edifício Torre Pituba para a Petros, que aluga o imóvel para a estatal. A previsão, segundo ele, é que o prédio seja entregue até junho do próximo ano. “Somos contra isso porque é um ataque aos interesses da Bahia. Vai prejudicar a economia baiana. Vai afetar a economia de Salvador. É um prejuízo gigantesco. Essa medida na verdade é um dos passos que a Petrobras está dando para encerrar as atividades no estado da Bahia”, declarou, ao ressaltar que os salários e benefícios pagos aos servidores da Petrobras injetam cerca de R$ 80 milhões na economia do estado.

O sindicalista disse que a Petrobras pretende vender a Refinaria Landulpho Alves (Rlam), a Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), as cinco termelétricas, campos de petróleo e o terminal marítimo, que fica em Madre de Deus. “Claro que essas unidades vendidas vão operar, mas a lógica da iniciativa privada é completamente diferente da Petrobras. Tem menos funcionários, redução dos postos de trabalho, os salários são menores, por exemplo”, pontuou. Segundo Costa, o fechamento da Fafen pode provocar ainda o encerramento de mais 14 fábricas no Polo Industrial de Camaçari.