"A burocracia atrapalha a emergência de solucionar os problemas da classe artística", diz Lelo Filho

O diretor da Companhia Baiana de Patifaria fala sobre a dificuldade que a classe artística vem enfrentando durante a pandemia

Por Jones Araújo
29/05/2020 às 16h15
  • Compartilhe
Foto: Reprodução/ Redes Sociais
Foto: Reprodução/ Redes Sociais

O impacto econômico da pandemia do novo coronavírus é ainda maior no setor cultural e de entretenimento. A  categoria deve ser a última a retomar suas atividades. Como forma de amenizar o prejuízo, um grupo de artistas criou o Plano de Crise para as Artes Cênicas do Estado, que tem por objetivo estabelecer um diálogo com gestores culturais buscar soluções para este momento de crise.

O diretor da CIA Baiana de Patifaria, o ator Lelo Filho, é uma das vozes da categoria. Para ele, a  burocracia tem atrapalhado a emergência de solucionar os problemas destes profissionais.  

Em entrevista ao editor-chefe do Portal Muita Informação, o jornalista Osvaldo Lyra, Lelo disse que o plano começou a existir na tentativa de diálogo.

"A palavra que pode definir as solicitações é emergência. Isso porque nós estamos sem trabalho e sem fonte de renda nenhuma. Os gabinetes ainda não entenderam, nós já completamos dois meses dessa negociação", disse Lelo. Ele completa que até o momento não houve uma resposta para as solicitações. 

"O plano de crise acabou gerando até agora quase 100 cestas básicas", informa. Estas cestas, segundo o artista foram doadas por amigos e fãs, sem nenhuma posição dos governantes.

Lelo fala que o documento foi enviado no dia 25 de março para a Fundação Gregório de Matos (FGM). A resposta, segundo ele, chegou sem assinatura e sem atender a nenhuma solicitação. 

"Uma das solicitações do documento era a isenção do IPTU para quem tem sede. Porque se eu não estou arrecadando, se estou sem trabalhar, como vou conseguir manter a sede? Se Guerreiro [presidente da FGM] lá dentro da máquina pública não pode, quem vai fazer pra gente? Todos nós que temos sede recebemos um boleto, você vai pagar uma sede que não está funcionando?", explica Lelo.

Escute o podcast na íntegra abaixo: